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Cidades

Em 2 anos, quadrilha do PR fraudou pelo menos R$ 800 milhões em impostos

Neste período movimento do grupo girou em torno de R$ 1,5 bilhão. Débito com a Receita Federal chega a R$ 140 milhões

Nadyenka Castro | 17/10/2012 19:04
Polícia Federal em cumprimento a ordem judicial, em Maringá. (Foto: Douglas Marçal/ Diário de Maringá)
Polícia Federal em cumprimento a ordem judicial, em Maringá. (Foto: Douglas Marçal/ Diário de Maringá)

Investigada pela PF (Polícia Federal) desde 2008, a quadrilha comandada pela família Tolardo sonegou dos fiscos estaduais em dois anos, pelo menos R$ 800 milhões. Neste período, a movimentação financeira foi de R$ 1,5 bilhão.

De acordo com informações apuradas pelo jornal O Diário de Maringá, 25 empresas do grupo foram alvos de ações fiscais promovidas pela Receita Federal nos últimos 10 anos. Neste período, a dívida com a Receita aproximou-se de R$ 112 milhões.

Diante disso, os principais integrantes da família abriram 70 empresas, em vários Estados, com nomes de laranjas. Estas eram fechadas de tempos em tempos e os débitos ficavam para os laranjas.

Segundo apurado pelo jornal do Paraná com a Receita Federal, o grupo passou a utilizar ao menos 14 empresas de factoring- também com sócios laranjas – cujas contas bancárias funcionavam como caixa centralizador do esquema, tanto para cobranças dos clientes como para pagamentos do grupo das aquisições de autopeças junto às indústrias fornecedoras.

Algumas destas factorings foram fiscalizadas recentemente pela Receita Federal. Os valores lançados estavam com dívidas na ordem de R$ 26 milhões.

O grupo conta com cerca de 1.200 empregados, vários com registros em empresa diversa daquela que efetivamente trabalham, e com salários e benefícios informados em valor menor do que efetivamente recebem, caracterizando também fraude de contribuições previdenciárias.

Laranja Mecânica - Nesta quarta-feira foi deflagrada a operação Laranja Mecânica, com objetivo de cumprir 44 mandados de busca e apreensão e 35 para condução coercitiva. 

As ordens foram cumpridas em Maringá e Curitiba (Paraná), São Paulo, Caxias do Sul (Rio Grande do Sul) e Iguatemi e Sidrolândia, em Mato Grosso do Sul.  Também houve sequestro de bens.

Em Maringá, onde fica o núcleo financeiro da organização, foram ouvidas mais de 35 pessoas, todas indiciadas por sonegação fiscal, lavagem de dinheiro, uso de documento falso e falsidade ideológica.

No Estado, foram ouvidos moradores de Iguatemi, Sidrolândia e de outros municípios próximos a esta cidade, conforme a PF.

Também em Maringá, foram apreendidos oito veículos de luxo – entre eles BMW X6, Land Rover - e de R$ 40 mil a R$ 50 mil em espécie que estavam em cofres de diversos imóveis da família e houve sequestro de uma casa.  

Em Curitiba, capital do Paraná, houve apreensão de seis automóveis de luxo, entre eles um Landau, tipo cadilac, que estava sem placas e teria sido contrabandeado do Paraguai.  Este estava com o ‘cabeça’ do grupo. Em São Paulo foram apreendidas 15 carretas.

Quadrilha – De acordo com a PF, 40 empresas estão diretamente envolvidas na quadrilha, que conta com 500 pessoas. O núcleo do grupo é em Maringá e orientava pessoas sobre o esquema de abertura de empresas e lavagem de dinheiro.

A quadrilha é divida em três grupos: o primeiro formado por integrantes e pessoas ligadas à família, que sabiam da sonegação e dolosamente emprestavam o nome. O grupo dois tem como integrantes moradores de São Paulo que vendiam os nomes, recebendo de um salário mínimo a um mil reais por mês.

O terceiro é composto, na maioria, por pessoas que moram em Mato Grosso do Sul. Quase todas são de baixa renda, semianalfabetas, de boa fé. Pessoas que não conseguiam benefícios sociais dos governos, porque, quando encaminhavam os cadastros, era verificado que eram donas de empresas.

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