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Cidades

Em aldeia de Paranhos, 8 índios se suicidaram em 2 anos

Redação | 02/07/2009 20:17

Informações do Cimi/MS (Conselho Indigenista Missionário de Mato Grosso do Sul), divulgadas hoje, esclarecem que em menos de dois anos, oito índios se mataram na aldeia Paraguasu, no município de Paranhos, distante 472 quilômetros de Campo Grande. Os suicídios na comunidade Guarani Kaiowá estão relacionados a vários tipos de assédio, somados a pistolagem.

Segundo o Cimi, a comunidade dessa aldeia constante se vê pressionada com ameaças, disparos de armas de fogo contra as casas e pressões contra as famílias. Os cerca de 600 habitantes da reserva estão recebendo ordens de que abandonem os 2.775 hectares de território recuperado.

Indígenas da aldeia reforçam também a informação de que o aumento da tensão, provocado pelos fazendeiros na região que rechaçam de diversas formas a presença da comunidade nas várias fazendas, teria colaborado para os suicídios em série. Fora as oito pessoas comprovadas, outras já tentaram e não chegaram a concretizar seu propósito.

Na primeira semana do mês passado aconteceu o suicídio mais recente, com a auto-eliminação por enforcamento de Adão Brites, 34 anos. O estopim seria antigos conflitos de terra entre fazendas vizinhas e os indígenas e, mais recentemente, a acusação de roubo de gados que são atribuídos aos indígenas, pelo dono da fazenda Loma Porá, Paulo Arantes, segundo disseram os Guarani.

O clima de insegurança e intranquilidade aumentou há um mês, quando pistoleiros passaram a agir nas divisas entre uma das fazendas e a aldeia.

A grande porcentagem de suicídios e o aumento do assédio nos limites da aldeia, contra a população nativa, levou os indígenas a acionar a PF (Polícia Federal) e a Funai (Fundação Nacional do Índio). Porém, nenhum dos garantiu uma solução imediata ao caos, conforme o Cimi.

Representantes do órgão estiveram na aldeia na semana passada e irão encaminhar ao MPF (Ministério Público Federal) uma denúncia.

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