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Cidades

Em depoimento, segurança das Lojas Americanas afirma ter sido agredido primeiro

Francisco Júnior | 28/04/2011 12:05

Segurança poderá ser indiciado por lesão corporal

O segurança das Lojas Americanas, Décio Garcia de Souza, acusado de espancar o vigilante Marcio Antonio de Souza, de 33 anos, prestou depoimento na tarde de ontem (27), no 1º Distrito Policial.

De acordo com a delegada que investiga o caso, Daniella Kades, o segurança justificou as agressões alegando ter sido agredido primeiro. “Ele alegou legitima defesa”, disse.

No depoimento, Décio disse que viu o vigilante tirar uma sacola plástica do bolso, colocar dentro dela dois ovos de páscoa, e em seguida, escondeu os produtos dentro de um capacete. “Ele afirma que abordou a vítima, e ela, pediu para ser liberada, já que também era segurança. Pediu um favor de camaradagem para sair da loja com os ovos de páscoa”, disse a delegada.

O segurança disse ainda que encaminhou Márcio para uma sala dentro da loja, onde pediu para ele assinar uma declaração assumindo o furto. O vigilante, segundo o acusado, teria assinado, e mesmo assim, queria sair do local levando os ovos. Ao ser impedido, começou a agredi-lo. “Ele diz que revidou com dois socos, mas com o estado em que se encontra a vítima, foram bem mais que dois. Estamos investigando”, disse a delegada.

A vítima também esteve na delegacia ontem e prestou depoimento. Márcio afirmou que entrou na loja com ovos dentro do capacete e teria os comprado em um supermercado de Campo Grande, porém, segundo ele, o segurança já o abordou com ofensas e o levou para a sala. “Lá ele disse que foi xingado de vagabundo, sem vergonha e negão. Ele afirma que apanhou em pé e quando estava caído”, relatou a delegada que ficou impressionada com os ferimentos no rosto da vítima. “O rosto está bastante machucado. Não justiça a proporção das agressões”.

Márcio disse que só assinou o documento depois que apanhou do segurança.

Mesmo com todas as agressões que sofreu o vigilante ainda não solicitou que a polícia faça a representação contra o segurança. Márcio, conforme a delegada, disse que é evangélico e não pretende prejudicar o rapaz. A advogada dele ficou de entrar em contato com a delegada para informar uma decisão dele sobre essa questão.

Caso seja feita a representação, o segurança poderá ser indiciado por injúria qualificada pelo racismo e lesão corporal.

A Comissão de Direitos Humanos da OAB/MS, que já está acompanhando este caso, recebeu uma denuncia de que dois rapazes doentes mentais também teriam sido agredidos por segurança das Lojas Americanas.

A presidente da comissão, advogada Kelly Cristiny de Lima Garcia irá conceder uma entrevista coletiva na sede da OAB para falar sobre essa denuncia.

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