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Cidades

Em posto líder em casos de dengue, espera ultrapassa 5h

Redação | 25/01/2010 16:35

A demora para receber atendimento no posto de saúde do bairro Coophavila II, em Campo Grande, ultrapassa 5h até nos casos mais graves, como suspeita de dengue hemorrágica e hipertensão.

A prefeitura negou autorização ao Campo Grande News para entrar na unidade, apontada pela Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) como onde mais cresceu a procura por atendimento de pacientes com dengue. Mesmo assim, foi possível registrar que dezenas de pessoas aguardam atendimento sentadas até no chão.

Preocupado com o estado de saúde do pai, o idoso Cipriano Fernandes, de 79 anos, o carpinteiro Nelson Fernandes, de 48 anos, conta que o levou ao posto às 12h30. Apesar de ser hipertenso, às 15h Cipriano ainda não havia sido atendido e a previsão dada pelos atendentes ao filho era de que iria demorar pelo menos mais 2h.

Indignado, o neto do idoso reclama da demora. "Como uma pessoa idosa com problema no coração fica esperando na fila até 17h?", questiona Wilian Pedro dos Santos Fernandes, de 26 anos.

Além da espera, Cipriano não teve como ficar no repouso, por conta da falta de espaço no posto, lotado de pessoas com sintomas da dengue.

Nelson conta que sempre leva o pai à unidade da Coophavila porque ele mora nas proximidades, mas diz que costumava ser bem atendido e nunca havia encontrado o local nessas condiçoes. "Os casos de dengue deixaram lotado", observa.

Com sangramento nas fezes e sintomas de dengue, o vendedor autônomo Hudson Paredes, de 36 anos, chegou ao posto às 9h30 e às 15h ainda não tinha previsão de ser atendido. "Pode ser essa dengue hemorrágica. A gente fica com medo, né?".

Ele diz que a informação dada no posto foi de que havia chegado mais médicos. Apesar disso, o atendimento estava muito lento por conta da grande quantidade de pessoas, explica.

"Tá cheio de casos de dengue. Tem gente deitada no chão por falta de lugar", conta o operador de máquinas Salvador Silva Anunciação, de 47 anos, que procurou a unidade para resolver uma dor na coluna, mas desistiu do atendimento.

"Minha mulher vai me levar em outro lugar. Pago Unimed, só vim aqui porque era mais perto, mas está lotado", observa.

Sorte - Febre, dor de cabeça e no corpo fizeram o auxiliar administrativo José Rodrigues Nogueira Neto, de 27 anos, procurar a unidade de saúde nesta tarde.

Ele chegou ao local 11h23 e diz que teve a "sorte" de ser atendido um pouco mais rápido, conseguiu sair do posto por volta das 15h. Mas, terá que voltar amanhã para pegar o resultado do exame de sangue que deve indicar se ele está com dengue.

Com o filho de 25 anos prestes a ser transferido do posto para um hospital, por conta do quadro de uma possível dengue hemorrágica, a faxineira Eunice de Brito, de 44 anos, estava desesperada, nesta tarde.

"Ele tem vindo ao posto há uma semana, só hoje já tomou sete litros de soro. Agora vai ser internado nem sei onde e não falaram se é dengue hemorrágica", afirma.

Segundo na lista - Já no posto de saúde do bairro Aero Rancho, a lotação não era tanta quanto no Coophavila. Cerca de 30 pessoas aguardavam atendimento na emergência hoje à tarde.

Na unidade, a reclamação era outra, da demora dos médicos em prestar atendimento.

Indignado, o ajudante geral Ramão Jorge Alves, de 53 anos, reclama que o médico que ele aguardava chegou por volta das 13h, mas começou a atender apenas às 14h30.

"Eles (médicos) são funcionários igual a todo o mundo, têm que cumprir horário", desabafa. Ele conta que chegou a procurar a assistência social e até a direção do posto para reclamar, mas não obteve resposta.

Há uma semana lutando contra uma alergia que se espalha pelo corpo e sem conseguir encaminhamento para um especialista, Ramão continua passando por consultas na emergência que, além de demoradas, não resolvem o problema. "Fazer o quê? A gente não tem para quem reclamar", lamenta.

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