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Cidades

Emha mal "vira as costas" e casas voltam a ser vendidas

Redação | 24/03/2009 17:40

No residencial Serraville, projeto da Emha (Empresa Municipal de Habitação)na saída para Três Lagoas, moradores vendem e trocam casas até por motocicletas usadas.

Mesmo após vistoria de fiscais da prefeitura neste mês, não é difícil encontrar relatos de gente que comprou as casas dos sorteados e residências que ainda estão disponíveis, "à venda".

Ana Karolina Spindola, de 21 anos, mudou-se para o residencial em setembro de 2007. Desde então, sabe de várias pessoas que venderam as casas, trocando por carros e até motocicletas.

"Tinha gente que só vinha cuidar a casa, para não perder", revela. Segundo a moradora, há proprietários que, inclusive, alugam as casas populares por ter outro imóvel na cidade.

Há quinze dias os fiscais passaram pelo local para constatar irregularidades, mas apenas um imóvel foi retomado, conforme publicação no Diário oficial do Município na semana que passou.

A dona de casa Daiane da Silva Florêncio, de 21 anos, argumenta que muitas pessoas sorteadas para o residencial vendem as casas por não gostar do lugar. Para ela, essas pessoas geralmente possuem outro imóvel. Ela reclama que, ao conseguir a casa popular, acabam tirando a vaga de quem não tem onde morar. "Tem muita gente precisando", desabafa.

Há exemplos de casais que têm até duas casas no residencial, porque não são oficialmente casados. Quando a fiscalização chega, cada um corre para sua casa para comprovar a ocupação, contam os vizinhos.

"Eles moram em uma casa e alugam a outra. Tem dois casos aqui, só não sei como é que conseguem, que coincidência é essa que faz marido e mulher serem sorteados para o mesmo local. Os dois estão vendendo as casas extras", questiona outra moradora, que também pediu sigilo sobre o nome, por falar do próprio vizinho.

Esquema - Uma moradora do residencial que não quis de identificar, por receio da fiscalização da Emha, revela que sua mãe comprou uma casa no local por R$ 3,5 mil. Ela conta que a mãe e a proprietária original fizeram um contrato registrado em cartório, para comprovar a negociação.

De acordo com a mulher, há 15 dias a Agência de Habitação fez uma vistoria no residencial e fez com que as casas fechadas fossem ocupadas por seus donos. Mas, mesmo com a fiscalização, há várias casas à venda. "Tem casa aqui que já teve até quatro donos", afirma a moradora.

Como a venda não é legalizada, não há placas nos imóveis disponíveis, tudo é feito escondido. Para que os moradores saibam quais estão à venda, há no residencial 'corretores' que mediam o negócio, diz a mulher. Ela revela que muitas das casas são negociadas a R$ 5 mil.

Precariedade - A moradora que revelou o esquema de venda nas casas populares acredita que a negociação no residencial ocorre porque muitos dos sorteados se frustraram com o local. "Não tem nada aqui", reclama ela.

De acordo com a mulher, os ônibus passam pelo residencial de uma em 1 hora. Aos sábados, o transporte coletivo fica lotado por conta das visitas ao Presídio. Além disso, ela diz que a escola que atende aos moradores fica a 1,5 km e não há creches próximas do local.

Para ela, se houvesse infra-estrutura nos arredores do residencial, os sorteados teriam prazer em morar nas casas populares. "Para comprar um analgésico você tem que ir até o Maria Aparecida Pedrossian.

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