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Empregos

Capes atrasa pagamento e bolsistas do Estado estão sem receber este mês

Vania Galceran | 12/01/2015 14:23

A benefício de bolsistas que recebem pela Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), órgão federal ligado ao MEC (Ministério da Educação) está atrasado há pelo menos quatro dias. Sem a bolsa, estudantes e pesquisadores afirmam que ficam sem nenhuma renda, já que não podem ter carteira-assinada enquanto estudam.

Segundo comunicado divulgado na semana passada pela Capes, o órgão estava aguardando recursos do MEC para realizar os pagamentos. Leitores têm entrado em contato com o Campo Grande News para relatar a situação,  em grupos de debate no Facebook, centenas de bolsistas reclamam que não conseguem nenhuma resposta da Capes.

As bolsas deveriam ter sido pagas até o 5.º dia útil do mês. O MEC defendeu em nota que todo processo para o pagamento teria sido efetuado entre 5 e 9 de dezembro, “conforme previsto”. Não informou, no entanto, por que o dinheiro não caiu na conta dos beneficiários.

Cláudia Gabriela Camargo, de 24 anos, faz Mestrado em Comunicação na UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) e conta que o valor que recebe através da bolsa, é usado para suprir a participação da bolsista em cursos e compra de materiais, mas não é viável apenas para isso. "Esse dinheiro acaba me ajudando a me manter em Campo Grande para estudar. É com ele que pago aluguel e despesas fixas, como por exemplo, alimentação".

A estudante, afirmou que desde o dia 7 de janeiro, o valor está atrasado, mas ela ainda conta com a ajuda dos pais que vivem no Estado de São Paulo e acabam colaborando para que ela conclua o mestrado em março deste ano. O valor da bolsa de Cláudia é de R$1.500.

Já para Fernanda Ferreira, de 41 anos, que faz doutorado em Biologia pela UFMS, a bolsa é uma ajuda, mas não é satisfatória. “Sou casada tenho três filhos, então é complicado viver somente com a bolsa, meu marido também me ajuda.

Antes não era restrito o trabalho para quem recebia a bolsa e fazia o curso nas áreas de saúde ou educação. Hoje já não podemos trabalhar e receber a bolsa. Para quem é solteiro, mora com os pais e não tem maiores despesas, é um valor razoável.

Mas caso contrario, é insuficiente. Tenho despesas com minhas filhas. Acho que o valor deveria ser maior sim, não só pelas despesas, mas também pelo nível intelectual das pessoas que buscam fazê-lo. Precisaríamos de um incentivo acima de R$ 3 mil”, ressalta. Fernanda já está quase no fim do curso do doutorado, que irá concluir em 2014.

ANPG (Associação Nacional de Pós-Graduandos) já procurou o órgão do MEC para obter alguma explicação sobre os atrasos. “Disseram que todas as bolsas foram pagas e que o problema havia sido resolvido, mas os bolsistas continuam relatando problemas”, diz a secretária geral da ANPG, Hercília Melo.

Dificuldades - Pesquisadores relatam que já passam dificuldades para pagar as contas. “Não posso ter carteira assinada enquanto ganho a bolsa, então esse benefício é meu principal ganha-pão. Estou preocupado”, disse um mestrando da Universidade Federal , que não recebeu a bolsa até agora e pediu anonimato. “Já liguei, mandei e-mails, e não dão respostas coerentes", afirmou José Eliânio de Araújo, mestrando da UFMS.

No Facebook, bolsistas têm relatado “desespero” com a situação e “desesperança” com o pagamento. A mestranda em Educação Bruna de oliveira, de 23, diz que não conseguiu respostas com a Capes. “Nos telefonemas, eles dizem que estão cientes do problema, mas não têm previsão do pagamento”, diz ela. “Nossas contas estão vencendo, eu mesma terei que recorrer a um empréstimo para pagar as constas. Ou então meu nome irá para o Serasa.”

Segundo informações da assessoria de imprensa do MEC o dinheiro já foi depositado no dia 9 de janeiro. Entramos em contato com a UFMS, que não confirmou o pagamento. Em seu site oficial o Capes informou que o dinheiro seria compensado de acordo com os prazos de cada banco. Até agora nenhum estudante que entrou em contato com a nossa reportagem, confirmou o pagamento.

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