Porta para o mercado, Instituto Mirim abre pré-seleção na próxima semana

Tradicional forma de acesso dos adolescentes ao mercado de trabalho em Campo Grande, o Instituto Mirim abre o período de pré-seleção a partir da próxima terça-feira (13). Este ano, serão oferecidas 1,4 mil vagas nas duas unidades da instituição, no Centro e no Carandá Bosque, e os interessados têm até o dia 30 deste mês para se inscrever.

Podem participar do processo de pré-seleção quem tem entre 14 anos e seis meses a 15 na os e seis meses, escolaridade mínima de 8ª série e renda familiar igual ou inferior a três salários mínimos.

Pelo segundo ano consecutivo, o processo é feito on line para evitar filas. Quem não tiver acesso à internet pode ir até um CRAS (Centro de Referência de Assistência Social), escolas que participam do projeto “Escola Viva” ou ainda em uma das duas unidades do Instituto. Neste último caso, é preciso comparecer entre as 8h e às 11h ou das 13h às 16h de segunda-feira a sexta-feira, mas só depois que as inscrições estiverem abertas

Conseguir uma vaga no instituto é visto como uma conquista para quem está de olho em oportunidades de crescimento no mercado. Thaiane Rocha, 16 anos, mora nas Moreninhas e sonha em fazer Direito e aprendeu a lidar com público na capacitação que recebeu. “Eles cuidam do adolescente para estar pronto pro mercado de trabalho”, contou.

Os alunos estudam no Mirim até os 16 anos, quando são encaminhados para empresas conveniadas ou para órgãos públicos onde permanecem até os 18 anos. Segundo dados do próprio Instituto, 90% dos jovens são contratados como profissionais depois que atingem a idade limite.

Passado o período da pré-matrícula, os pais ou responsáveis pelo adolescente são convocados para uma entrevista onde precisam apresentar documentos que comprovem a renda familiar máxima de até R$ 1866. Quem busca uma vaga também não pode ter reprovado antes ou durante a capacitação.

É neste período de análise que muitos candidatos são cortados, já que esbarram no critério de renda ou reprovação.

“Há muitos casos de omissão de renda ou informação errada, mas as famílias fazem isso para o adolescente poder trabalhar”, conta a diretora executiva do Instituto Mirim, Denise Mandarano Castro. A diretora avalia essa situação como positiva, já que mostra a confiança no trabalho, mas ela lembra que a prioridade são as famílias carentes no instituto que até oitos anos atrás oferecia 350 vagas.