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Cidades

Empresários ameaçam deixar fronteira após bloqueios

Redação | 11/08/2010 08:04

A recente polêmica envolvendo o comércio na fronteira de Ponta Porã e Pedro Juan Caballero pode impedir um investimento de 3,5 milhões de dólares. Os empresários do Shopping China, que estão construindo um novo centro comercial, estariam abandonando o projeto devido aos inconvenientes registrados nas últimas semanas.

Mesmo com as reuniões promovidas pelas prefeituras das duas cidades, a imprensa paraguaia continua a ver o "bloqueio" como um escândalo. Alguns jornais até mesmo consideram a Operação Nabileque, realizada pelo CMO (Comando Militar do Oeste) na área de fronteira é visto como "uma demonstração de força", de acordo com matéria do jornal ABC Color.

A operação serve para adestramento da tropa e foca o combate aos crimes fronteiriços. Nada tem a ver com o caso do "muro" que seria erguido para fechar a fronteira.

Na última quinta-feira, apareceram barreiras e muros para impedir o acesso às ruas de Pedro Juan pelo lado brasileiro. Supostamente, a pedido de comerciantes do município sul-mato-grossense.

Vários trabalhadores paraguaios realizavam as "obras" e responderam aos jornalistas que mesmo com a polêmica, a ordem era terminar o muro o "mais rápido possível".

O presidente da Associação Comercial de Ponta Porã, Evaldo Pavão Senjer, disse que os bloqueios seriam uma reação da sociedade contra a construção de acessos ilegais pelos paraguaios. Ele também disse que a concorrência desleal, por conta dos impostos, dificulta o comércio no município brasileiro.

No caso do Shopping China, empresários paraguaios denunciam que os comerciantes teriam plantado eucaliptos em frente à área de construção do novo centro comercial, para impedir a visão. E também ordenaram os bloqueios.

Um dos proprietários do Shopping China, Felipe Cogorno, disse ao jornal paraguaio ABC Color que é preciso haver garantias jurídicas das autoridades, ou o investimento será cancelado. Cogorno também disse que a obra envolve dois investidores, inclusive a Petrobras. "Por um lado está a Petrobras, que construirá uma estação de serviço (posto) e nós faremos um supermercado e um posto para caminhões de grande porte", ressaltou.

Ele pede que haja uma reação das autoridades de ambos os países, já que os bloqueios e os eucaliptos irão fechar a fronteira em frente ao futuro centro comercial. Cogorno ameaça interromper a construção e levar para a cidade de Salto del Guairá, próximo a fronteira com Mundo Novo.

"Ali as autoridades nos chamaram e se solidarizaram conosco, além de oferecer todas as garantias jurídicas necessárias para investir, coisa que não há aqui (Pedro Juan Caballero)", disse.

Concorrência desleal - Os acessos ilegais são, segundo Senjer, mais um capítulo no rol de problemas que o comércio paraguaio representa para Ponta Porã. "O nosso comércio aqui só sobrevive se fizer promoção, sorteio de carro".

Ele denuncia que até mesmo os itens básicos de supermercado são comprados no

Paraguai pelos moradores de Ponta Porã. "Eles entregam aqui, sem nota fiscal, o que configura crime de descaminho".

Ele também criticou a Petrobras. Senjer considera a concessão da empresa, para a construção do posto de combustível do lado paraguaio, uma afronta. "O problema é que eles vão vender, em frente aos nossos postos, com preço 30% menor".

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