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Cidades

Enfermeira morta em queda tinha 2ª casa na Capital para curtir os filhos

Antonio Marques | 04/06/2015 14:53
Enfermeira Luzia Fernandes, à direita, vítima no acidente com helicóptero no AM, com os filhos em Campo Grande. (Foto: Reprodução/facebook)
Enfermeira Luzia Fernandes, à direita, vítima no acidente com helicóptero no AM, com os filhos em Campo Grande. (Foto: Reprodução/facebook)

A enfermeira Luzia Fernandes Pereira, 48 anos, uma das vítimas do acidente com um helicóptero no Amazonas, era funcionária da Sesai (Secretaria Especial de Saúde Indígena) há cerca de um ano e meio. Ela atuava nas aldeias indígenas na região de Atalaia do Norte, onde tinha residência fixa. Mas passava suas folgas em Campo Grande, cidade em que moram dois dos três filhos e três netas.

A cada dia de trabalhado na aldeia indígena, Luzia Pereira tinha direito a um dia de folga. Assim, conforme a filha Larissa Fernandes de Souza, 22 anos, que é estudante universitária em Dourados, a mãe ficava cerca de 40 a 45 dias nas aldeias e durante o período de folga vinha para Campo Grande, onde tinha uma segunda residência para ficar perto dos filhos, além dela, mais dois homens.

Um dos filhos de Luzia, Yuri Fernandes de Souza, é tenente da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul, e está em Tabatinga acompanhando os procedimentos para identificação do corpo da mãe, que será de feito por exame de DNA, em Brasília.

Além dos três filhos, Luzia Pereira tinha três netas e o primeiro neto está previsto para nascer daqui a um mês. “Minha mãe vivia para o trabalho, para os filhos e as netas”, afirmou Larissa.

Antes da Sesai, Luzia Pereira foi funcionária concursada no município de Nova Alvorada do Sul.

Resgate - Os corpos das vítimas do acidente com um helicóptero em Atalaia do Norte, no Amazonas, foram resgatados no final da tarde desta quarta-feira (3) e levados para Tabatinga. Em razão da mutilação sofrida pelo impacto da aeronave com o solo e o estado de decomposição, serão encaminhados para Brasília para identificação por meio de exames de DNA.

Conforme a FAB (Força Aérea Brasileira), os destroços foram avistados no final da tarde da terça-feira, 2, a cerca de 40 km à sudoeste de Tabatinga, e logo após a confirmação, na manhã de ontem, as equipes iniciaram o resgate, que demorado cerca de 10 horas devido a irregularidade do terreno e a mata fechada, impedindo o pouso no local. Por isso, os corpos foram içados por um helicóptero modelo Black Hawk do Força Aérea Brasileira (FAB) e levados ao IML (Instituto de Médico Legal) de Tabatinga.

As vítimas - O piloto da aeronave Alexandre Felix Souza, a enfermeira sul-mato-grossense Luzia Fernandes Pereira, as indígenas Marcelânia Souza da Silva, na condição de acompanhante e intérprete das grávidas Marceleia Cruz dos Santos Marubo e Luciana Guedes do Carmo.

As cinco vítimas, o piloto Alexandre Felix Souza, a enfermeira Luzia Fernandes Pereira (no centro acima), as indígenas Marcelânia Souza da Silva, (centro abaixo) intérprete das grávidas Marceleia Cruz dos Santos Marubo e Luciana Guedes do Carmo (à direita) (Foto: Divulgação site/acritica.com)
As cinco vítimas, o piloto Alexandre Felix Souza, a enfermeira Luzia Fernandes Pereira (no centro acima), as indígenas Marcelânia Souza da Silva, (centro abaixo) intérprete das grávidas Marceleia Cruz dos Santos Marubo e Luciana Guedes do Carmo (à direita) (Foto: Divulgação site/acritica.com)

Acidente - A aeronave estava desaparecida desde o final da tarde de sexta-feira (29/5), quando fazia o transporte das grávidas da aldeia Pentiaquinho, no Vale do Javari, em Atalaia do Norte para Tabatinga, respectivamente a 1.130 e 1.108 km de Manaus.

Segundo a FAB, o acidente ocorreu nas imediações da cabeceira do Igarapé São João, próximo da cidade de Atalaia do Norte. As condições descritas do local do acidente indicam que o helicóptero da Moreto Táxi Aéreo se chocou a uma velocidade de 240 km por hora contra uma árvore samaumeira na hora da queda. Apesar do forte impacto, a aeronave não explodiu o que indica que estaria com pouco combustível. As equipes de resgate encontraram um pequeno vestígio de fogo em uma árvore.

DNA - Segundo o médico legista da cidade, Valderi Nobre de Mesquita, todos os cinco corpos foram trazidos em uma só bolsa. “As peças anatômicas estão muito fragmentadas. Impossível de os familiares fazerem o reconhecimento”, declarou ele a reportagem do site A Critica.com.

Devido ao estado dos corpos muito mutilados, Yuri Fernandes de Souza pediu que os corpos fossem submetidos a exame de DNA, sugestão acatada de comum acordo com policiais federais e militares envolvidos na operação. “Por isso não fizemos o exame de necropsia”, disse Valderi, acrescentando que havia o temor é que sejam atribuídos membros e partes do corpo a uma outra vítima.

De acordo com a FAB, na manhã dessa quarta-feira uma equipe o Sétimo Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos – Seripa VII também seguiu para o local para realizar a perícia técnica.

A viagem - O helicóptero que caiu, modelo Esquilo prefixo PR-ADA da Moreto Táxi Aéreo, sumiu dos radares no dia 29 de maio após fazer a remoção de emergência de uma indígena grávida com hemorragia, Marcelina Cruz dos Santos Morubo, em uma comunidade no Alto Ituí.

O piloto e a enfermeira eram funcionários do Distrito Sanitário Especial Indígena (Dsei/Javari), da Sesai, e saíram para o resgate das pacientes por volta das 15h do dia 29. A aeronave desapareceu exatamente às 18h17min conforme o site www.aerosmart.com.br, que fornece a rota da aeronave em operação.

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