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Cidades

Escola onde estudante morreu pode ter projeto de "reparação", diz promotor

Elverson Cardozo e Leonardo Rocha | 17/09/2013 13:34
Promotor afirmou que casos de violência nas escolas não surpreendeu (Foto: Arquivo)
Promotor afirmou que casos de violência nas escolas não surpreendeu (Foto: Arquivo)

Durante palestra da Semana do Trânsito, ministrada nesta terça-feira (17), na Assembleia Legislativa, em Campo Grande, o promotor da Infância, Adolescência e Juventude, Sérgio Harfouche, falou sobre a morte de Luana Vieira Gregório, a adolescente de 15 anos que foi esfaqueada em frente à Escola Estadual José Ferreira Barbosa, na Vila Bordon, no dia 11 deste mês.

Ele disse que o caso não o surpreendeu, porque, a Capital, se comparada a outras cidades do país, tem poucos registros. “Em outros Estados, de acordo com colegas, existem traficantes vendendo drogas dentro de sala. Estão, inclusive, tirando os professores”, contou.

A direção da escola onde Luana estudava, acrescentou, já entrou contato com a Secretaria de Educação para que a promotoria instale, no colégio, o Programa de Gestão Estratégica com Reparação e Orientação Pedagógica, que foi iniciado em Ponta Porã.

A iniciativa, que gera certa polêmica, visa, nas palavras dele, “manter a autoridade tanto do professor, quanto do diretor da escola”. A proposta também tem o objetivo de responsabilizar pais de alunos que cometerem indisciplina.

“Se houver dano ao patrimônio, o pai deve pagar por isso. Se o jovem sujar alguma coisa na escola, ele deve limpar o que fez”, exemplificou.

Controle, autonomia, violência e evasão - Embora tenha dito que o estado deve tomar conta e aumentar o controle “para diminuir a ação do mal”, Harfouche afirmou que os diretores precisam estar preparados para assumir as funções. “Diretor que tem medo não pode ser diretor”, ressaltou.

O promotor declarou, ainda, que as escolas precisam dar autonomia aos professores. Na sequência, apresentou dados estatísticos. Comentou que 50% dos docentes que atuam em Mato Grosso do Sul já sofreram ameaça e que 32% deles estão afastados por problemas emocionais.

Citou, também, um levantamento feito em escolas e repassado à promotoria. A pesquisa, com público de 3 mil jovens estudantes da rede pública, apontou que 80% deles já praticaram alguma indisciplina, 30% já ameaçara e 40% desistiu de continuar a frequentar as aulas. O principal motivo de evasão escolar, completou, é por conta da violência dentro dos colégios.

Sérgio Harfouche não poupou críticas. No mesmo discurso disse que os responsáveis pelas escolas privadas são negligentes porque não repassam informações e dados sobre o que acontece dentro das instituições. “Eles mascaram as ocorrências que acontecem lá, mas sabemos que existem casos de uso de drogas e violência. A promotoria não tem acesso à informação”, concluiu.

Entenda o caso – Luana Viera Gregório, 15 anos, morreu, no dia 11 de setembro, na Santa Casa, em Campo Grande, depois de levar uma facada no abdômen, na saída da escola Estadual José Ferreira Barbosa, na Vila Bordon, em Campo Grande. Uma colega de sala, de 16 anos, é suspeita de cometer o crime.

De acordo com a Polícia Militar, Luana foi morta porque borrifou um perfume dentro da sala de aula. A agressora, de 16 anos, teria se irritado, porque é alérgica, e decidiu se vingar no final do expediente escolar.

As duas brigaram e Luana acabou esfaqueada. A perfuração atingiu o fígado da adolescente, que chegou a ser socorrida, deu entrada no hospital às 12h40, mas morreu às 15h, após duas paradas cardíacas, segundo a assessoria de imprensa da Santa Casa.

Segundo a polícia, a faca que a agressora utilizou foi fornecida por uma jovem de 18 anos, amiga da rival de Luana. Além da menina que morreu, outra adolescente, também de 15 anos, teria sido esfaqueada na perna.

O crime foi considerado fútil pela polícia. O caso é investigado pela DPCA (Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente).

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