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Cidades

Estudantes torcem para manter vaga na universidade após atualizações do Sisu

Ricardo Campos Jr. | 20/01/2011 13:16

Processo gera ansiedade nos candidatos

Priscilla Arakaki disse ter passado 4 horas para entrar no sistema. (Foto: João Garrigó)
Priscilla Arakaki disse ter passado 4 horas para entrar no sistema. (Foto: João Garrigó)

Conforme se aproxima o fim do prazo de inscrição no Sisu (Sistema de Seleção Unificada) mais aflitos ficam os estudantes em saber se conseguirão segurar a posição e vaga com a nota obtida no Enem. À medida que o sistema é atualizado, novos candidatos entram no rol dos aprovados enquanto outros, que outrora comemoravam, esperam ansiosos pelas próximas chamadas.

Alguns estudantes passaram por essa provação mais de uma vez, visto que o sistema implantado pelo MEC (Ministério da Educação) permite que o candidato altere a opção de curso caso a nota de corte seja insuficiente. Falhas e lentidão atrapalharam o acesso ao Sisu.

“Foi muito difícil cadastrar. Fiquei quatro horas tentando antes de conseguir e depois para acessar de novo para ver a nota de corte e mudar o curso. A maior parte do tempo nem abria e quando abria estava lento”, disse a estudante Priscilla Arakaki, 17 anos.

Ela conta que fez 690 pontos no Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), imprescindível para ingressar na UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul). Não foi suficiente para a aprovação no curso de Direito, que até a manhã de hoje tinha nota de corte de 765,50 pontos.

A segunda opção era Comunicação Social, que após a atualização apresentou mínimo de 694,75 para que o aluno seja considerado aprovado.

Luan Flávio de Lara, 17 anos, conseguiu inscrever-se no Sisu ontem à noite em uma lan house. Mesmo assim disse que o sistema estava lento. “De casa não consegui acessar. Quando eu entrei estava tranquilo. Demorou uns 10 minutos para entrar. Consegui acessar normalmente. A gente joga uma nota e amanhã o pré-requisito é outro”, disse o estudante.

A primeira opção eleita pelo estudante foi Engenharia Ambiental, no entanto, os 582 pontos obtidos não foram suficientes para a aprovação, no curso com 702,88 pontos de nota de corte. Inicialmente Luan conseguiu aprovação em Letras, que atualmente tem nota de corte de 632,78 (habilitação Português – Espanhol) e 650,82 (Português – Inglês).

Vestibular - Alguns estudantes pensaram terem se livrado do tradicional vestibular, mas acabaram enganados. Os cursos de música, arquitetura e urbanismo e artes visuais terão provas específicas, que serão aplicadas no dia 13 de fevereiro, de acordo com o edital.

Estas graduações não entraram para seleção no Sisu, mas a nota do Enem valerá na contagem dos pontos.

Thayanne Couto Morel, 17 anos, tentou Engenharia Civil pelo Sisu e sabe que não passará na primeira chamada. Só que o curso pretendido por ela é Arquitetura, e a ansiedade dela e dos que farão avaliação no mês que vem será maior.

“A prova vai ser dia 13 de fevereiro. O resultado sai dia 21 de fevereiro e as aulas começam dia 24. O problema é essa expectativa. A prova é só em fevereiro. Deveria ter sido feita bem antes”, reclama a estudante.

A falta de informações com relação ao vestibular específico também incomodou Thayanne. Ela teve de recorrer aos professores para saber. “Não tive nenhuma informação. Na Copeve ninguém me sabia informar nada. Desde dezembro que eu ligo”, diz a estudante.

Ranking - Medicina é o curso mais concorrido da instituição, com nota de corte de 810,37 pontos. Em seguida vem Direito com mínimo de 766,50 para aprovação, até o momento. A última atualização após o término das inscrições define quem realmente passou e quem espera pela segunda e terceira chamada.

O primeiro resultado tem data prevista de divulgação para 24 de janeiro. A matrícula dos selecionados será nos dias 27, 28 e 31 de janeiro.

Para evitar que a sobrecarga de acessos prejudicasse os candidatos foi estabelecido tempo limite de 20 minutos por acesso. (Foto: Simão Nogueira)
Para evitar que a sobrecarga de acessos prejudicasse os candidatos foi estabelecido tempo limite de 20 minutos por acesso. (Foto: Simão Nogueira)

Discussão - O novo sistema de seleção implantado pelo MEC tem sido motivo de debates desde a realização das provas. Os estudantes, por outro lado, não esqueceram os transtornos do ano passado após o vazamento das provas. “Desde que foi adotado tem dado problema. Ano que vem vai ser a mesma coisa? A gente vai passar pelo mesmo transtorno?”, questiona a estudante Thayanne Couto Morel.

Vinte e um mil cadernos amarelos tiveram erros de montagem, o que chegou a culminar a suspensão das provas em caráter liminar pela Justiça no Ceará. Foi então marcada uma nova data para os estudantes prejudicados. Vários alunos protestaram.

A lentidão do sistema e a dificuldade de acesso geraram mais reclamações e o prazo para cadastro no Sisu, que deveria ter acabado na última segunda-feira, acabou prorrogado até hoje.

Para evitar que a sobrecarga de acessos prejudicasse os candidatos foi estabelecido tempo limite de 20 minutos por acesso, ou seja, após esse tempo a página cai e o interessado deve começar todo o processo de cadastro, consulta ou alteração novamente.

Em meio aos problemas on-line, alguns estudantes no País reclamam que tiveram notas anuladas aparentemente sem motivo, além de pontuações não divulgadas e alunos considerados faltosos mesmo tendo comparecido no dia da avaliação fizeram, por exemplo, com que o MPF (Ministério Público Federal) no Ceará entrasse com uma ação civil pública pedindo, à Justiça Federal, suspensão da divulgação do resultado do Sisu.

O MPF quer também que o Ministério da Educação garanta aos estudantes que fizeram o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) a possibilidade de apresentarem recursos contra as notas obtidas nas provas.

(Com informações do G1)

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