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Cidades

Ex-diretor de usina foi preso em MS durante assembléia

Redação | 13/06/2008 14:09

O homem preso ontem em Campo Grande pela Polícia Federal como parte da Operação Cana Brava é Fernando Perri, ex-diretor da Udop (União dos Produtores de Bioenergia, sediada em Araçatuba. Perri foi detido enquanto participava da eleição para presidente do Sindicato que reúne as empresas do setor no Estado, acusado de envolvimento em um esquema de sonegação de impostos que pode chegar a R$ 2 bilhões.

A eleição estava sendo realizada durante assembléia dos sindicatos no Centro de Convenções Arquiteto Rubens Gil de Camillo, nesta quinta-feira.

Ao todo, a PF de Araçatuba, prendeu na operação 17 pessoas suspeitas de fraudar o fisco e a Previdência Social. A operação foi realizada também na cidade de São Paulo. Todos os detidos têm ligação com o setor sucroalcooleiro. Também foram cumpridos 46 mandados de busca e apreensão.

Conforme divulgado pela Polícia, o trabalho de investigação começou há oito meses e se concentrou numa usina do município de Avanhandava, propriedade da família do ex-deputado federal José Egreja, preso na capital paulista. Os empresários Mário e Celso Egreja, irmãos do ex-deputado,  também foram presos na cidade de Penápolis.  Fernando Perri, preso em Campo Grande, já foi diretor de uma usina no município.

Os acusados foram encaminhados para a sede da Delegacia Federal de Araçatuba, sob forte esquema de segurança. Foram recolhidos ainda na operação 11 veículos e uma motocicleta, bens que deverão ser leiloados.

Segundo informações dadas pela delegada Polícia Federal de Araçatuba, Daniela Braga, a investigação teve início em outubro do ano passado. A suspeita é de que a família Egreja vinha fraudando o fisco e a Previdência Social há pelo menos dez anos, com a participação de pessoas ligadas ao setor sucroalcooleiro, como a usineira Rosa Maria Guagliato Carmagnani, que foi presa em Iapaussu, região de Marília.

Outro crime - O delegado da Receita Federal de Araçatuba Tharsis Araújo Bueno, informou que a sonegação fiscal abriu caminho para que a quadrilha começasse a lavar dinheiro. Para isso, eles aproveitaram que a Companhia Açucareira de Penápolis tinha uma dívida de R$500 milhões com o fisco. Para quitar esse débito, bens da empresa foram colocados em leilão e com a ajuda de laranjas, esses bens eram readquiridos.

O grupo é acusado de abrir no Uruguai duas empresas. A transação envolvia a compra de açúcar e álcool, com notas frias nas quais, segundo a delegada da PF, eram declarados valores inferiores aos da negociação.

Foram apreendidos nos escritórios das usinas computadores e documentos, que serão analisados. Os agentes também apreenderam dinheiro, em um montante não divulgado pela polícia. Os envolvidos vão responder por diversos crimes, como formação de quadrilha, apropriação indébita e emissão de duplicatas frias. Se condenados, podem pegar até 23 anos de prisão.

(Com informações do Jornal O Globo)

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