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Cidades

Falta critério para definir área quilombola, diz Famasul

Redação | 28/01/2009 14:49

Dirigentes da Famasul (Federação de Agricultura de Mato Grosso do Sul) questionam os critérios para definição de área quilombola, para fins de demarcação. Para representantes da entidade, a falta de parâmetros técnicos favorece o oportunismo.

"Qualquer um pode tomar posse de terras que não lhe pertence, dizendo que é descendente, com pouca ou nenhuma prova documental ou evidência histórica ou científica", diz o superintendente da Famasul, Marcelo Amaral.

José Roberto Scalabrini, do Sindicato Rural de Pedro Gomes, diz que na cidade comunidades que nunca se denominaram descendentes de ex-escravos querem se beneficiar da simplicidade do sistema de demarcação.

O Decreto N 4.887, de 20 de novembro de 2003, regulamenta a autodefinição e dá à Fundação Cultural Palmares, ligada ao Ministério da Cultura, status de verificadora do processo de reconhecimento das terras como remanescentes de quilombos. Cabe ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária identificar, demarcar e titular as terras ocupadas. Um Decreto anterior, no qual bastava a comunidade se proclamar descendente de quilombolas, foi derrubado por pressão da sociedade. A autodefinição continua valendo, mas a comunidade tem de apresentar provas da sua origem e ser vistoriada por um antropólogo.

Scalabrini reclama da forma de atuação dos antropólogos: "Eles chegaram de uma hora pra outra, sem avisar, com um documento e disseram para os produtores assinarem. Muita gente nem sabe ler". Em dezembro ele fez uma queixa junto à assessoria jurídica da Famasul dizendo que "pessoas do Incra" estavam "afrontando produtores de Pedro Gomes e fazendo-os assinar notificações de vistoria das terras".

Em resposta, a entidade emitiu um alerta aos produtores que entrada de pessoas estranhas só deve ocorrer mediante autorização do proprietário ou com autorização judicial entregue por oficial de justiça.

Contra a autodeclaração, a Famsul ressalta, ainda, que em setembro de 2008 o Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso do Sul divulgou parecer que nega a existência de qualquer comunidade quilombola no Estado. "Por unanimidade, o IHGMS considera que "não há documentos, nem ao menos indícios, que provem a existência, no atual Mato Grosso do Sul, de quilombos, mesmo que tardios", cita nota da Famasul.

Outra fonte de apoio é o livro "Mato Grosso do Sul

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