Falta de estrutura leva Civil a usar corredor como cela
O corredor que dá acesso às celas da delegacia da Polícia Civil de Miranda é usado para manter presos na unidade, onde homens e mulheres são separados por apenas uma parede. O problema estrutural foi detectado durante vistoria feita pelo Sinpol (Sindicato dos Policiais Civis), que percorreu esta semana delegacias de Miranda, Bodoquena, Anastácio, Aquidauana e Dois Irmãos do Buriti.
Segundo o presidente do Sindicato, Alexandre Barbosa, de todas as delegacias que passaram por inspeção esta semana, em Miranda a situação constatada foi a mais grave.
Estão presos no local 25 homens, dez mulheres, além de 12 albergados. Existem na delegacia quatro celas e uma sala provisória, conhecida por "corró", onde ficam as pessoas que chegaram recentemente na unidade.
As mulheres ficam em uma cela e os homens nas outras quatro, além de dois que foram flagrados "presos" no corredor.
Devido ao problema, a Justiça determinou a transferência das mulheres de Miranda para Bodoquena. No dia 20 de novembro do ano passado elas foram removidas e dia 02 de dezembro voltaram a Miranda porque em Bodoquena não existe restaurante que aceite servir as refeições ao preço pago pelo Estado, que é de R$ 8,00 para almoço e jantar.
A situação também irá compor o relatório que é feito pelo Sinpol, que iniciou vistorias em delegacias para apurar qual a situação das unidades, principalmente no interior de Mato Grosso do Sul. O documento será encaminhado ainda esta semana às autoridades competentes, para que o problema seja resolvido.
Situação semelhante foi apontada em Rio Verde de Mato Grosso, onde homens, mulheres e adolescentes infratores dividem o mesmo espaço.
Em Brasilândia, onde rachaduras comprometem o prédio, homens e mulheres estão presos na mesma delegacia.
Já o 1º DP (Distrito Policial) de Jardim, é responsável pela custódia de cinco mulheres e quatro adolescentes infratores.
Na unidade, problema no abastecimento de água fez com que uma mangueira fosse usada para levar água às celas, onde a limpeza é feita precariamente. Os presos improvisam reservatórios de água em garrafas pet. Na mesma unidade, armários são usados no lugar de uma porta quebrada.
A assessoria de imprensa da Polícia Civil foi procurada para comentar o assunto e deverá encaminhar nota de esclarecimento ainda hoje.