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Cidades

Falta de kit compromete investigação e estupradores estão sendo soltos

Graziela Rezende | 13/08/2013 09:36
Falta de estrutura do IMOL compromete investigação da polícia na Capital (Foto: Cleber Gellio)
Falta de estrutura do IMOL compromete investigação da polícia na Capital (Foto: Cleber Gellio)

Estupradores estão ficando impunes por falta de material para realizar o exame no IMOL (Instituto Médico e Odontologia Legal) em Campo Grande. O atraso na análise de material coletado nas vítimas está comprometendo o andamento dos inquéritos policiais e até resultando na liberação de criminosos.

“Desde maio fiz o pedido de um DNA para comprovar a autoria de um estupro e não tenho resposta do IMOL. Enquanto isso, o autor permanece solto pela falta das provas e pode até estar cometendo outros crimes mais graves. Na minha delegacia, tenho inclusive casos de interessados, ou seja, familiares indignados que estão pagando do próprio bolso em outros locais para a realização do exame”, diz uma delegada.

Em outra unidade policial especializada, que também investiga crimes hediondos, a afirmação é de ao menos três delegados de polícia: assim que encaminhado o ofício com o pedido de exames, eles são informados que, por falta do “Kit DNA”, os exames não estão sendo realizados. “Nós ficamos sem saber o resultado e o inquérito permanece sem conclusão”, confirma a Polícia.

Na madrugada do dia 14 de abril deste ano, uma jovem de 20 anos foi estuprada em uma festa de acadêmicos da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul). Dois dias após o crime, com as características repassadas pela vítima, a polícia divulgou um retrato falado do suspeito e fez inúmeras buscas, localizando um suspeito, a possível camiseta que estaria utilizando no dia do crime e até um par de tênis.

Na ocasião, foi solicitado um exame de DNA para comprovar a autoria do estuprador. Até o momento, sem resposta. E é até por esse motivo que o suspeito não foi apresentado à imprensa. “Não sei bem te dizer desde quando isso ocorre, mas toda a parte laboratorial do órgão podemos dizer que está um caos”, ressalta uma autoridade policial.

Caos em MS - O problema, não só na parte laboratorial, mas nas condições de trabalho, ocorre também em outros municípios do Estado. Em Ponta Porã, a 323 quilômetros da Capital, há nove meses o local está sem faxina. As funcionárias se recusam a realizar o trabalho por conta da falta de pagamento.

E exames de necropsia e corpo de delito estão sendo realizados de forma precária, sobrevivendo com doações do governo federal. Já em Dourados, a 233 quilômetros de Campo Grande, a sede do IML seria nova, porém sem equipamento. Os funcionários “trocaram” o expediente para a funerária da cidade, onde os exames de necropsia estariam sendo realizados.

Aquisição de Material - O coordenador geral de perícias no Estado, Nelson Firmino Júnior, negou a falta de kits para a realização dos exames de DNA. Ele confirmou a falta, mas que o problema foi solucionado há dois meses.

“Fizemos a aquisição dos materiais, que seriam reagentes para os exames e os pedidos estão em andamento. E também estamos com um processo licitatório finalizado”, afirma o coordenador. Sobre o interior, ele diz que irá averiguar as denúncias, pois desconhece qualquer problema.

Desde o início do ano, de acordo com a Sejusp/MS (Secretaria de Justiça e Segurança Pública de Mato Grosso do Sul), 184 pessoas foram vítimas de estupro em Campo Grande.

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