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Cidades

Falta de vagas deixa adolescentes da Unei "sem destino"

Redação | 03/09/2010 11:59

Após três horas de reunião, membros do Ministério Público Estadual, da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública e da Defensoria Pública passaram a limpo a situação da Unidade Educacional de Internação Dom Bosco, provisoriamente na Colônia Penal Agrícola e que está desde a noite de ontem em rebelião.

Com parte da Colônia Penal Agrícola destruída, os adolescentes estão em regime disciplinar diferenciado e alojados provisoriamente onde são realizadas oficinas educativas. Policiais do Cigcoe (Companhia Independente de Gerenciamento de Crises e Operações Especiais) mantém a situação sob controle.

De acordo com a juíza Katy Braun do Prado, o Estado está com "enormes dificuldades" em alojar os 78 adolescentes do Unei Dom Bosco. Não há vagas em nenhum estabelecimento da Capital ou do Interior.

"A unidade onde os adolescentes estão não está preparada para recebê-los. Por isso foi muito fácil para eles depredarem o local. Neste momento todos estão rebelados e em regime especial, porém desalojados. Eles precisam ser alojados em local adequado o mais rápido possível", explica.

A situação, porém, não deve ser resolvida de forma tão rápida. Segundo o diretor da Unei, Cristian Jovito Lefevbre, os adolescentes devem permanecer na Colônia Penal pelo menos durante o fim de semana, o que compromete as visitas. "Não tem como piorar. A falta de visitas não será capaz de piorar uma situação que já é caótica", acredita o diretor.

Representantes do Ministério Público, da Sejusp e do Conselho Estadual dos Direitos Humanos realizarão visitas no local. Porém, enquanto o clima de rebelião permanecer, policiais do Cigcoe continuarão a fazer a segurança da Colônia Penal.

Com relação a transferências, a juíza Katy Braun Prado afirma que é uma decisão específica do Poder Executivo. "Nosso papel é lembrar a respeito dos direitos dos adolescentes. A transferência para um alojamento em condições de recebê-los é uma responsabilidade do Estado", afirmou.

O superintendente de Medidas Sócio-Educativas, coronel Hilton Vilassanti, disse esta manhã que os adolescentes serão retirados da Colônia Penal, mas ainda não foi decidido o destinos dos internos.

Os adolescentes estão na Colônia desde o fim de julho, quando o juiz Danilo Burin, da Vara de Infância e Adolescência da Capital, determinou a transferência para que a unidade original, localizada na BR-262, fosse reformada em função da situação de penúria.

"Nunca houve reparos naquele prédio, daí a situação complicou. Se não tivéssemos tomado medidas, quem sabe onde ia parar", explicou na ocasião.

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