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Cidades

Famasul questiona “prisão” de fazendeiro e "tolerância" da PF

Ângela Kempfer | 19/05/2013 14:21
Até ontem a Polícia Federal estava na área.
Até ontem a Polícia Federal estava na área.

Um dia depois de vencido o prazo para saída dos índios da fazenda Buriti, em Sidrolândia, os representantes dos fazendeiros disparam contra a atuação da Polícia Federal no caso.

A Famasul (Federação de Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul) reclama da demora no cumprimento da reintegração de posse. “É de se estranhar que a Polícia Federal declare que não tenha pressa em cumprir a lei. O que as autoridades estão esperando? O que está acontecendo em Sidrolândia é um desrespeito à Constituição Federal”, diz o presidente da Famasul, Eduardo Riedel,

A entidade é contra a negociação da Polícia para a desocupação pacífica da área. “É justamente essa tolerância para com a ilegalidade que provoca o sentimento de impunidade que toma conta de toda a região Sul de Mato Grosso do Sul”, protesta.

A Federação se mostra revoltada com a retirada da família Bacha do local, na manhã de ontem, quando os índios teriam tomado a sede da fazenda. “Diante da decisão dos mesmos de não abandonar a propriedade e sob a justificativa de proteção, a PF deu voz de prisão ao ex-deputado e à sua família, retirando-os do local... O que vemos é a ilegalidade predominando, com a Polícia Federal retirando os proprietários e mantendo os invasores”, ressalta.

Cerca de 350 índios da etnia terena entraram na área na madrugada de quarta-feira. A decisão favorável ao proprietário, o ex-deputado Ricardo Bacha, saiu no mesmo dia, em tempo recorde. Na quinta-feira, a Funai recebeu a notificação e passou a correr o prazo de 48 horas para a desocupação.

No dia seguinte, o número de famílias aumentou e outra fazenda na região, a Cambará, também foi invadida. Os índios dizem que não respeitam ordem da Justiça Federal de Mato Grosso do Sul, por suspeitarem da imparcialidade dos magistrados que atuam aqui. Os terena, que lutam há décadas pela demarcação de terra indígena, dizem que só vão cumprir decisão vinda de São Paulo.

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