Família aciona corregedoria contra policial dono de cão
Depois do ataque de um cachorro pit bull contra uma garota de 9 anos, a tia da vítima, Betânia da Silva, 29 anos, acionou a Corregedoria da Polícia Civil contra o policial Paulo César Souza Mota, proprietário do cão.
Segundo Betânia, Mota, como é conhecido, impediu que o cachorro fosse encaminhado ao CCZ (Centro de Controle de Zoonoses) para permanecer em observação.
De acordo com a tia, mesmo que não estivesse de serviço, o policial chegou armado à Praça do Papa, onde o pit bull havia atacado a menina.
"Era para intimidar a guarnição (da Polícia Militar) e a gente", completa Betânia.
Na versão da tia, Mota disse que era uma "palhaçada" levar o cão.
Conforme Betânia, o policial colocou o filho e o cachorro na carroceria de uma caminhonete e deixou o local, antes mesmo da Polícia Militar terminar de registrar a ocorrência.
A tia foi ao 7º DP (Distrito Policial), onde Mota é lotado, registrar a ocorrência.
Mota também foi à delegacia e chegou a gritar para que Betânia saísse da unidade policial. "Ele nos tocou", alega.
Betânia reclama da ação do policial e procurou hoje a Corregedoria para que seja aberto procedimento na esfera administrativa contra Mota.
Ela afirma que amanhã formalizará o pedido porque irá apresentar ao órgão testemunhas do fato.
Paralelamente, foi instaurado inquérito policial para investigar o caso.
A menina foi submetida hoje à tarde à exame de corpo de delito no IML (Instituto Médico Legal).
A garota sofreu lesões nos braços e não chegou a ser internada. "Graças a Deus não aconteceu nada, mas tinha outras crianças na praça", destaca Betânia em relação ao risco.
O policial Mota nega que tenha agido com truculência. Ele conta que estava em casa quando recebeu o comunicado da delegacia no qual um colega dizia que o filho pediu para ir à praça.
Mota afirma que foi ao local sem saber do que se tratava. O policial revela ainda que costuma andar armado. "Todo policial anda", completa.
No entanto, ele assegura que não sacou a arma, que estava dentro do bolso da bermuda e coberta pela camiseta.
Mota admite apenas que se recusou a entregar o cão porque o animal era vacinado.
Enquanto a tia da menina estava no 7º DP, Mota revela que o único incidente que ocorreu envolve o agente do CZZ. Ele diz que o servidor queria levar o pit bull e o policial pediu para esperar o momento de ser atendido.
O caso foi registrado na Depac (Delegacia de Pronto Atendimeto Comunitário), já que a menina não sofreu ferimentos graves.
Mota afirma que o cachorro só mordeu a menina porque ela passou por cima do rabo do pit bul. "