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Cidades

Famílias sofrem caladas com fumaça do lixão

Redação | 04/09/2010 07:13

Diferente dos 21 detentos do Presídio Federal de Campo Grande que pediram providências às autoridades contra a fumaça causada pelas queimadas no lixão, os moradores da 'Cidade de Deus' sofrem calados com o problema.

Não bastasse a precariedade dos barracos de lona, da poeira e da falta de água, há semanas eles respiram um ar carregado de fumaça proveniente da queima de lixo. O resultado é que várias crianças estão doentes, com os problemas respiratórios acentuados.

Os moradores dizem desconhecer a origem dos incêndios. Alguns falam que 'brota do chão quente' por conta do lixo acumulado, outros que 'alguém coloca' sem precisar que faz isso.

Na versão dos presos da penitenciária federal, são os responsáveis que fazem a queima diária do lixão. A fumaça é tanta que levou um grupo de detentos a pedir que seus advogados solicitassem providências sobre o assunto, em julho deste ano.

No caso das famílias, que não têm a quem recorrer, a solução é jogar água no chão e manter toalhas molhadas perto das camas na tentativa de melhorar o ar e amenizar o fumaceiro.

"Quando não tem água ficamos no seco mesmo", diz a dona-de-casa Sueli Maria Roas, de 54 anos, que entre filhos e sobrinhos cuida de seis crianças. Ela conta que o filho de 11 anos sofre de bronquite e tem dificuldades para respirar por conta da situação no local.

"Deve ser isso que está prejudicando a saúde da gente. Eu estava boa e fiquei ruim de repente", relata a moradora, que diz estar com febre.

A dona-de-casa Mariana da Silva Prado, de 20 anos, conta que a filha de um ano é alérgica a fumaça. "A gente está tendo que respirar isso. Está insuportável", conta.

Prado explica que a mãe trabalha no lixão e os incêndios no local são constantes. Entretanto, anteontem o fogo piorou e ontem durante o dia a fumaça ficou intolerável.

"Da tosse e gripe ninguém escapa", garante o autônomo José Carlos Xavier, de 45 anos, que também mora no entorno do lixão. "

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