ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, QUINTA  18    CAMPO GRANDE 22º

Cidades

Ferros-velhos são transtorno para moradores do Guanandi

Redação | 20/11/2010 07:50

Moradores do bairro Guanandi, em Campo Grande, convivem há anos com um problema que já se tornou uma das características do bairro, a grande quantidade de ferros-velhos concentrados na região.

A reclamação da comunidade é que vários dos donos desses comércios deixam seus produtos, como carcaças de veículos e peças, espalhados pelas calçadas e até nas ruas.

"Aqui é a rua do ferro-velho. Aqui para baixo tem uns dez", diz o comerciante Niltoneto Epaminondas Epifânio, de 54 anos, que abriu uma lanchonete na rua Antônio Siufi em função do grande fluxo de pessoas decorrente do comércio de peças. Apesar do 'sucesso' dos ferros-velhos para a lanchonete de Niltoneto, esses comércios geram muito mais reclamações do que elogios no bairro.

"Incomoda muito porque eles enchem a rua de carros e ferros", reclama a costureira Adenildes Gonçalves da Silva, de 56 anos. Ela diz que a prática causa vários transtornos, incluindo deixar as ruas do bairro com aparência ruim.

Além disso, detalha, suas clientes ficam sem ter lugar para estacionar perto de sua casa, por conta da rua ocupada por carcaças. Apenas na quadra onde ela mora há três ferros-velhos.

"Todo o mundo reclama, mas eles ficam amontoando as coisas esperando para valorizar", explica a dona-de-casa Brandina Ferreira da Silva, de 79 anos. Ela revela que vários moradores já procuraram os donos de ferros-velhos, mas eles nunca resolvem o problema. "Isso é proibido", desabafa.

Na esquina da rua Jatobá com a Túlio Alves Quito, o acúmulo de carcaça com objetos de um ferro-velho próximo "empolgou" moradores que jogaram até um sofá no local.

"Atrapalha a visibilidade no cruzamento", pontua a salgadeira Maria Tereza Mendes, de 48 anos, que defende a aquisição de depósitos pelos donos de ferros-velhos, para que os produtos sejam armazenados em local adequado. "Junta rato, sujeira e causa dengue. A segurança da comunidade fica onde?", questiona.

Dono de parte das carcaças que são alvo de reclamações, José Ferreira, de 64 anos, justifica que já alugou dois terrenos no bairro para deixar as carcaças e peças, além de ter lotado a quintal de casa, e que as pessoas reclamam sem motivo.

"A rua foi feita para carros", alega sobre a permanência de veículos velhos que "estão sendo consertados".

Controle-- Dono de um comércio de metais na Vila Bandeirantes, próximo ao Guanandi - onde os ferros-velhos são alvo das reclamações de moradores - o empresário Aníbal Torres, de 50 anos, diz que o controle é rígido no local onde ficam armazenadas as peças, que funciona como ferro-velho.

"Toda semana verificamos latinha por latinha", garante. Ele acredita que se não fosse esse cuidado certamente a dengue teria se alastrado pela região. "Mas essa postura tem que partir do empresário", ressalta.

Aníbal diz que há 22 anos, desde que abriu o comércio, há controle contra dengue, ratos e outras situações que poderiam causar incômodo aos vizinhos.

Para ele, quando o ferro-velho trabalha de maneira adequada acaba sendo benéfico à população. "Se não fossem os ferros-velhos, imagina isso aí jogado no lixão ou em terrenos baldios", defende.

Regras - Segundo informado pela Prefeitura, a manutenção de ferros-velhos é regida pelo Código de Postura da cidade e a prática de deixar carcaças pelas ruas dificulta o livre trânsito e é proibida pelo artigo 11 da Lei n°. 2.909.

Caso os moradores constatem irregularidades nesses estabelecimentos, a orientação é para fazer a denúncia à Semadur pelo telefone (67) 3314-3568, que fiscais irão ao local checar a situação.

Se for verificado que há irregularidade, o dono do estabelecimento tem prazo de cinco dias para regularizar o local. Caso não o faça, poderá receber multa que varia de R$ 275,00 a R$ 1.375,00.

Conforme a Prefeitura, há duas semanas houve uma reclamação quanto a um ferro-velho na Vila Carlota, região onde também há vários desses comércios. Contudo, é raro a população entrar em contato para registrar esse tipo de queixa.

Nos siga no Google Notícias