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Cidades

Fim da Psiquiatria no HR é por preconceito, diz médico

Redação | 08/04/2010 15:20

Integrante do corpo médico que ajudou a criar a ala de Psiquiatria do Hospital Regional, em Campo Grande, em 2004, o psiquiatra Juberty Antonio de Souza afirma que a extinção dos atendimentos é motivada por preconceito contra os dependentes químicos.

O médico, que é secretário regional da Associação Brasileira de Psiquiatria, garante que existem condições técnicas no hospital para que esse atendimento seja realizado e que a vontade de interromper ocorre porque a direção e muitos médicos discriminam o dependente químico. "Acham que são todos bandidos", alega.

Souza ressalta que o acesso à saúde está previsto na Constituição Federal e que a dependência química é uma doença, portanto precisa ser tratada.

"A ala do Regional é a única um idade de tratamento de dependência química pública do Estado", lembra. Com seu fechamento, ele afirma que as famílias de menor poder aquisitivo não terão a quem recorrer nesses casos.

O resultado, na visão do médico, é que os dependentes irão continuar usando drogas até morrerem, se envolvendo em delitos para custear o vício ou sendo presos.

Sobre a possibilidade de que a ala seja transferida para o Hospital Universitário, o médico revela que há 20 anos há tentativas sem sucesso de que seja instalada uma unidade no hospital.

Para ele, o ideal não é a transferência, mas a criação de leitos psiquiátricos nos hospitais gerais, como ocorre há mais de 40 anos em vários países. "Não é nenhuma novidade", afirma.

Estopim - Incêndio colocado por um paciente da psiquiatria em um dos apartamentos do Regional foi o estopim para a direção anunciar o fechamento da unidade.

O anúncio fez com que o chefe da unidade se pronunciasse em nome dos demais psiquiatras alertando que a medida é um retrocesso.

Após dias sem se manifestar, a direção do hospital emitiu nota hoje informando que o assunto será amplamente discutido.

No dia do incêndio, mais de dez pacientes que estavam internados receberam alta, por falta de vaga em outras unidades. A ala psiquiátrica permanece interditada e não há previsão para que seja reativada.

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