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Cidades

Fósforo molhado "salvou" médico da fúria de paciente no São Julião

Evelyn Souza e Viviane Oliveira | 16/07/2013 14:30

Depois da tentativa de homicídio, o oftalmologista Eduardo de Lacerda Ferreira, 35 anos disse que pensa em deixar o hospital São Julião, onde trabalha há sete anos. “O susto foi muito grande. A única coisa que eu pensava era em sobrevivência. Se o fósforo não tivesse molhado de gasolina, ia queimar tudo”. O desabafo veio após o caso inusitado que aconteceu por volta das 18h dessa segunda-feira (15), na Capital.

O médico já havia terminado de atender os pacientes e estava na sala analisando alguns prontuários quando foi surpreendido por Eduardo Ferreira da Silva, de 37 anos, filho de um paciente.

“Ele invadiu a porta e me perguntou se eu me lembrava do que tinha feito com ele. Em seguida, jogou a gasolina e tentou riscar o fósforo, que não funcionou”, contou.

Hoje pela manhã, o oftalmologista não atendeu nenhum paciente. Está de folga e depois do susto, confessa que pensa em deixar o hospital e sair da cidade.

“Estou muito abalado. Ele jogou gasolina e eu não conseguia levantar porque o chão estava muito liso. Ficou na porta tentando riscar os fósforos. Até que eu consegui levantar e pedi ajuda”, conta a vítima, que teve os olhos atingidos pela gasolina e foi atendido por outro oftalmologista do hospital.

Questionado sobre o fato de ter consultado e provocado ferimentos e até mesmo câncer nos olhos do autor, o oftalmologista afirma que conhecia Eduardo Ferreira porque atendia o pai dele pelo menos três vezes ao ano. O médico relatou ainda que apesar de não ter nenhum prontuário do paciente, não se recorda se chegou a realizar algum procedimento em uma das vezes em que o autor acompanhou o pai no hospital.

Eduardo que tem o mesmo nome do médico, foi preso em flagrante logo após a tentativa de homicídio. Ele mora em Deodápolis e foi de taxi até o São Julião.

Ao Campo Grande News, o taxista Jeomar Gomes, 63 anos, relatou que em nenhum momento desconfiou da conduta do passageiro. "Eu vi que ele estava com uma sacola, mas jamais imaginei que fosse gasolina e que ele queria atear fogo no médico”, disse o trabalhador que cobrou R$ 350 reais pela corrida.

Ele diz ainda que conversou com o irmão do passageiro logo após o acontecido. "Ele me disse que além do médico de Campo Grande, ele quer matar um outro médico, de Dourados".

A garrafa pet dois litros, a caixa de fósforos, uma ficha de atendimento médico e a roupa do oftalmologista foram recolhidas pela Polícia. Uma faca que foi encontrada com o autor também foi apreendida.

Segundo familiares, Eduardo Ferreira da Silva sofre de depressão e se recusa a tomar medicamentos. A família também informou que desde dezembro o autor vem apresentando comportamentos estranhos, dizendo que a consulta com o médico oftalmologista acabou provocando um câncer nos olhos.

Um advogado da família deve comparecer a delegacia nesta quarta-feira (17). Eduardo foi transferido na manhã de hoje para o Presídio de Segurança Máxima da Capital.

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