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Cidades

Funcionários do Incra fogem após protesto em acampamento

Redação | 01/12/2009 09:25

Dois funcionários do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) fugiram após protesto de quase 300 famílias de trabalhadores rurais, feito nesta manhã no acampamento Corrente, que fica à beira da BR-262, próximo a Dois Irmãos do Buriti, município a 105 quilômetros de Campo Grande, por conta da suspensão de cestas básicas.

Liderança no local, Marli das Graças Ferreira, de 53 anos, conta que os servidores abandonaram as cestas básicas no meio do acampamento, e foram embora de ônibus, deixando até a caminhonete F-4000 com a qual haviam ido.

Ela explica que o problema no acampamento teve início há dois meses, quando o Incra decidiu fazer um recadastramento das 195 famílias do local. Na ocasião, outras 86 também foram registradas.

Contudo, na hora de receberem a cesta básica, o benefício de 90 famílias foi suspenso e o dos novos recadastrados não foi enviado, o que gerou revolta no acampamento. "Quase fui linchada, queriam as cestas e tivemos que dividir", lembra Marli.

Nesta manhã, no momento da chegada da outra remessa de alimentos, mais problema. Somente 105 estavam na lista e o restante começou a exigir explicações, conta a representante dos trabalhadores.

Ela afirma que um funcionário do Incra, identificado apenas com Nildo, se recusou a tentar resolver o problema, maltratou os acampados e disse que trabalhava para o Governo Federal, não para os sem-terra.

Com a má resposta, os acampados ficaram revoltados, "foram para cima", e os representantes do Instituto fugiram, deixando até o veículo no local.

Com as cestas espalhadas no meio do quintal, Marli conta que não sabe o que fazer. "A responsabilidade de dividir é deles, o alimento está todo despejado aqui no chão", revela. Marli diz que vive no acampamento há 13 anos, desde 1996, e nunca havia acontecido nada parecido.

Entregue a cada dois meses, a cesta básica contém apenas quatro pacotes de arroz, quatro litros de óleo, cinco quilos de feijão, dois pacotes de macarrão, dois quilos de açúcar, dois litros de leite e dois pacotes de fubá.

"Estamos jogados no meio do mato, à beira da estrada e sendo tratados como cães", desabafa a representante.

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