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Cidades

Funk-se realiza amanhã evento que reúne moda e dança

Redação | 26/06/2009 14:49

Pelo segundo ano, a Companhia de Dança Funk-se começa mais uma edição do evento que reúne dança e moda, o 'Fashion Dance'. O grupo, que conseguiu vingar e há 13 anos é a referência da cultura que nasceu na periferia, agora tem grife de roupas, que leva o nome do grupo.

Para lançar a coleção, dançarinos, modelos e voluntários vão desfilar com coreografias a moda urbana com estilo de rua.

Lançada em 2005, a marca FNK, abreviação do nome do grupo, conta tem peças trazidas de São Paulo (SP) e material produzido pelo coreógrafo Edson Clear, de 45 anos, responsável pelo Funk-se. "A gente mistura a linguagem da dança com a linguagem da moda", afirma Clear sobre o evento.

Ele explica que haverá performances de Street Dance intercaladas com o desfile, que será realizado amanhã às 20h, no teatro Aracy Balabanian, em Campo Grande. Ao final do evento, as peças apresentadas estarão disponíveis para venda a preços que variam de R$ 30,00 a blusa feminina, a R$ 150,00 uma jaqueta.

Para o evento, a organização espera a lotação máxima de 300 pessoas no teatro. O dinheiro arrecadado com os ingressos, que custam R$ 10,00, serão revertidos para custear as despesas do Estúdio onde o grupo ensaia, na avenida Calógeras. Na ocasião, serão recolhidos também agasalhos que serão encaminhados a uma associação beneficente.

União - O coreógrafo Edson Clear afirma que a idéia de lançar uma marca associada ao grupo veio à tona porque já tinha trabalhado como estilista, ele mesmo confeccionava o figurino para as apresentações.

"As pessoas viam e perguntavam de onde eram as roupas", lembra. Por conta do interesse, ele passou a criar peças e colocar à disposição dos interessados. O primeiro desfile com dança foi realizado em 2005. No ano passado, o Fashion Dance também foi realizado no dia 27 de junho.

Tudo novo- A Companhia de Dança Funk-se foi criada em 1996, em uma época em que pouca gente em MS haviam tido contato com a dança de rua. "As pessoas não sabiam nem o que era", lembra o coreógrafo fundador.

Além da falta de investimentos, o preconceito dificultava o trabalho do grupo. Mas, com muita persistência eles conseguiram se firmar no mercado e agregar a marca das roupas ao trabalho do grupo. A formação atual do Funk-se conta com 16 integrantes, que ajudam a levantar recursos para continuar o trabalho.

"A gente não tem nenhum apoio", diz Edson Clear. Ele conta que, neste ano, o grupo perdeu o benefício que recebia da Fundac (Fundação Municipal de Cultura) para manter o estúdio de dança.

A solução encontrada para manter os integrantes firmes na dança foi profissionalizar cada um deles para que pudessem dar aulas e se sustentar, explica o coreógrafo.

Para ele, a falta de incentivo e até de percepção da população para o trabalho que eles realizam são empecilho. "O Estado tem uma tradição muito agropecuária e o tipo de trabalho que fazemos é muito urbano", ressalta.

Mesmo assim, o Funk-se continua contando com o apoio de integrantes 'fiéis', como é o caso da dançarina Sarah Rocha, de 23 anos. Ela conta que soube do trabalho por meio de amigas da escola, há nove anos. Na época, fazia ballet clássico, mas se interessou pelo ritmo das ruas.

Das muitas experiências tiradas do trabalho, como a disciplina e a responsabilidade, Sarah conta que aprendeu também a conviver com as pessoas. "Minha percepção de como viver em grupo melhorou", diz.

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