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Cidades

Garoto jura ser inocente em caso Dudu e quer vingança

Redação | 30/04/2009 16:39

Um dos três adolescentes apontados pela Polícia Civil como envolvidos no assassinato de Luiz Eduardo Gonçalves, o Dudu, disse que não tem participação no crime e promete se vingar de quem o indicou como um dos autores.

O adolescente, de 17 anos, foi quem apontou o local onde o corpo de Dudu foi enterrado e os ossos encontrados.

De calça jeans, camiseta e chinelo no pé, o garoto deu entrevista à imprensa e afirmou que só participou do crime porque passava pelo local na hora e foi obrigado.

"Estava passando na rua quando pegaram o guri e começaram a bater. Eu estava subindo para um boteco".

Segundo o adolescente, Holly Lee de Souza e mais dois menores, estavam armados e o obrigaram a ir até o local onde Dudu foi enterrado. Ele diz que só viu as agressões, mas não participou.

"Deu até dó do guri, mas se eu falasse ia os dois para o inferno". Ele diz que gostava de Dudu. "O moleque era gente boa, corria com a gente", declarou. A Polícia diz que nenhum dos envolvidos gostavam de Luiz Eduardo e já o tinham agredido anteriormente.

Como o rapaz testemunhou todas as agressões, José Aparecido Bispo da Silva, o Cido, deu a ele R$ 100 "para ficar quieto". Dinheiro que ele diz ter gasto com "cachaça e mulherada". De acordo com a Polícia, Cido pagou aos outros também R$ 100.

" O povo vai pensar que fui eu, mas não tenho nada a ver, quem não deve não teme".

Vingança - O adolescente diz que quem falou à Polícia que ele está envolvido no caso é um dos irmãos de Holley. O garoto promete mata-lo quando sair da Unei (Unidade Educacional de Internação).

"Eu não tenho nada a ver com isso. Não vou deixar baixo não. Ele não é sujeito homem não, é safado. Ou vai ele ou vai eu, um dos dois. Sou algum caneta para fiar assinando b,o dos outros?"

O adolescente e o irmão de Holley, também menor, estão apreendidos em Uneis separadas. Nesta quinta-feira, eles se encontraram no Fórum. "Eu queria dar um muro na cara dele".

Futuro - Além da vingança ao outro adolescente, o garoto promete não mais voltar ao Jardim das Hortênsias, onde aconteceu o crime, quando sair da Unei. "Não vou mais morar lá".

Ficha -O adolescente já estava apreendido havia quatro meses, antes de ser apontado como envolvido na morte de Dudu. Ele foi preso por roubo e disse que já fez 17 assaltos.

Deste total, dois são a ônibus. Tem a pessoas em via pública e também a postos de combustíveis. Ele afirma nunca ter invadido residência. "Quem rouba casa é safado".

Família - O menor diz ter mais seis irmãos, três deles mulheres, e afirma ser o único envolvido em crimes. Sobre o que a mãe fala da prisão, ele revela que ela está tranqüila porque sabe que ele é inocente.

O adolescente revela que tem uma namorada há dois anos: Rafaela. O nome está tatuado no antebraço esquerdo dele.

No braço direito há tatuada uma rosa com o nome dele no meio. Ele tem ao todo sete tatuagens, uma delas um sol e outra uma folha de maconha. O garoto diz que não é usuário. "Não tinha nada para desenhar".

Crime - De acordo com a Polícia Civil, o garoto, mais dois adolescentes, Holley, e Cido, espancaram Dudu até a morte na noite dia 22 de dezembro de 2007. Um sábado por volta de 23h30.

Eles começaram a bater em Dudu na rua, continuaram o espancando na casa de Cido e finalizaram, com a morte, em um terreno baldio. A cena foi testemunhada por Maria de Fátima, a Marlene.

Marlene era muito amiga de Cido e também da ex-mulher dele, Eliane Martins, a mãe do Dudu. Ela não impediu que o menino fosse espancado nem ao menos pediu ajuda.

Marlene ainda mentiu à Polícia, a Eliane e à imprensa. A todos, ela afirmava categoricamente que viu Dudu em frente a casa dela no domingo pela manhã.

Marlene só contou o que ocorreu na noite daquele dia quando a Polícia já sabia do crime. Ela disse que era ameaçada de morte por Cido e que quando viu o menino sendo espancado, pediu para que parassem.

O caso só começou a ser descoberto no início deste ano. Os ossos de Dudu foram achados no começo de março e logo depois Cido, adolescentes e Marlene presos.

Pá, machado, enxada e outras ferramentas utilizadas para enterrar Dudu, e um mês depois desenterra-lo, foram encontradas em um terreno próximo ao local onde o menino foi enterrado.

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