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Cidades

Hospital alvo de escândalo nega cirurgia em Dourados

Redação | 29/09/2010 09:22

O Ministério Público Federal teve de intervir para assegurar cirurgia de idosa em Dourados. A prefeitura queria encaminhar a paciente para Campo Grande, mas o MPF solicitou a intervenção no município, sem a necessidade de viagem.

A filha da idosa recorreu ao MPF no dia 21 deste mês, depois que teve a operação negada em Dourados no Hospital Evangélico, via SUS, e ser informada de que teria de aguardar uma fila de espera, sem tempo determinado para ser chamada, caso a opção fosse pela operação no município.

"O custo da angioplastia é estimado em 25 mil reais. Como a paciente não possui recursos financeiros suficientes para custear a cirurgia, o MPF encaminhou ofício à Secretaria Municipal de Saúde solicitando a viabilização do procedimento. Apesar do Hospital Evangélico encontrar-se habilitado junto ao SUS", a direção queria mandar a mulher para a Capital, detalha o MPF. A estratégia é utilizada amplamente pelos municípios que superlota a rede em Campo Grande.

Segundo o órgão, a resposta da Secretaria ao ofício foi de que paciente deveria ser encaminhada para Campo Grande, pois Dourados não possuía instituição hospitalar habilitada pelo SUS para a realização da cirurgia. O MPF contestou a informação, defendendo que o Evangélico poderia perfeiramente fazer a operação por ser credenciado.

A Justiça então concedeu liminar para que seja realizada cirurgia de angioplastia e caso a decisão não seja cumprida, a multa diária será de 10 mil reais e o secretário municipal de saúde e o superintendente do Hospital Evangélico de Dourados poderão ser presos por crime de desobediência, alerta o MPF.

São réus na ação civil pública ajuizada pelo MPF a União Federal, Estado de Mato Grosso do Sul, Município de Dourados e Associação Beneficente Douradense (Hospital Evangélico), envolvido em escândalo de desvio de verbas e pagamento de propinas a vereadores de Dourados. O administrador chegou a ser preso.

Segundo denúncia do Ministério Público Estadual, oitocentos mil reais teriam sido pagos pelo Hospital Evangélico a autoridades de Dourados, para garantir, na visão do MPE, a "terceirização" da saúde pública, uma das áreas mais deficicitárias da segunda maior cidade de Mato Grosso do Sul.

No caso recente, a paciente tem 74 anos e sofre de hipertensão arterial severa de difícil controle. "Exame de cateterismo detectou estenose (entupimento) de até 99% das artérias. Caso não seja realizada uma cirurgia reparadora (angioplastia) até 1º de outubro, ela correr o risco de perder os rins", justifica o MPF. (Com informações da assessoria do MPF)

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