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Cidades

IMOL atrasa exames e compromete punição de autores de estupro

Bruno Chaves | 24/02/2014 08:57

A punição de autores de crimes de violência sexual, entre eles o estupro, em Mato Grosso do Sul, está comprometida pelo atraso de exames realizados pelo IMOL (Instituto de Medicina e Odontologia Legal), unidade da CGP (Coordenadoria-Geral de Perícias) do Estado.

Conforme o coordenador geral de pericias do Estado, Nelson Fermino Júnior, exames que confirmam se uma pessoa foi vítima de estupro e que comparam material genético de suspeito e vítima são poucos complexos e costuma ficar prontos em até dois meses.

“Mas não temos um prazo específico porque muitas vezes o quantitativo é grande. Isso faz com que se extrapole um pouco os prazos. Em condições normais, em geral, demora de um a dois meses. Mas ultimamente nossa carga tem sido muito grande porque dezembro foi um mês complicado”, disse Fermino.

Ele lembrou que casos de corpos carbonizados, como os de Três Lagoas e de Rio Verde, atrasaram um pouco os outros procedimentos do IMOL, entre eles o de vítimas de estupro.

Para Tânia Regina Comerlato, da coordenação Colegiada do Comcex (Comitê Estadual do Enfrentamento à Violência Sexual), inúmeras são as consequências à vítima quando se demora em investigar um caso de estupro.

“Tem a questão física, emocional e outras, fora a questão da impunidade. Quanto mais demora todo o processo, mais a vítima sofre”, opinou. Ela lembrou que o Comcex tem uma reivindicação antiga com o Poder Público do Estado em relação ao método de trabalho do IMOL.

“Há cerca de 15 anos lutamos para que o IMOL tenha um atendimento especializado e ágil com as vítimas de estupro. Eles, muitas vezes, empurram os casos e causam um caos social”, emendou.

Delegada que investiga um caso de estupro na Capital, Suzimar Batistela, da Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher) disse em entrevista recente, no último dia 17, que cobra do IMOL, todas as semanas, resultados de exames feitos em vítimas e suspeitos de crime.

“Ao menos uma vez por semana cobramos, mas a demanda parece que está grande”, disse sobre o caso de uma jovem de 22 anos estuprada na loja em que trabalhava, no Parque Novos Estados, em Campo Grande, no dia 16 de janeiro deste ano.

Casos de estupro – Dados da Sejusp (Secretaria Estadual de Justiça e Segurança Pública) revelam que entre os dias 1º de janeiro e 15 de fevereiro de 2014, ocorreram 21 casos de estupro em Campo Grande.

No mesmo período do ano anterior foram 56 estupros na Capital. Em 2012, também de 1º de janeiro e 15 de fevereiro, 33 pessoas foram violentadas na cidade.

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