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Cidades

Indígena de 28 anos se mata: 3º caso só nesta semana

Redação | 26/01/2008 12:55

A Polícia Civil registrou hoje em Amambai, município no extremo sul do Estado, mais um suicídio de índio. A vítima, Idário de Almeida, de 28 anos, foi encontrado já sem vida, enforcado por um cinto preso a uma árvore, na aldeia Limão Verde, na reserva indígena existente no município. Tudo indica que a morte tenha ocorrido de madrugada.

Em Amambai, é o primeiro caso apontado como suicídio este ano, e foi comunicado à Polícia Civil por telefone. Mas na cidade de Tacuru, que fica na mesma região, foram dois casos do tipo só nesta semana, indicando que o problema dos suicídios entre os indígenas da nação guarani está longe de ter fim. Neste ano, já são quatro casos registrados.

Na sexta-feira, Sidório Valhente, de 27 anos, foi encontrado pendurado em um galho de árvore por um pedaço de corda de aproximadamente 120 centímetros, na aldeia Jaguapiru, em Tacuru. A esposa dele relatou que ele saiu de casa por volta de meia-noite dizendo que ia buscar água e não retornou mais.

No dia anterior, quinta-feira, Edivaldo Penalho Martins, de 24 anos, morador da aldeia Sassoró, também em Tacuru, havia sido encontrado morto, também enforcado, com uma corda de naylon.

Além dos três casos já citados, este ano já ocorreu em Dourados a morte de um indígena de 17 anos, Eberton Batista da Silva, que se enforcou na noite do dia 9 de janeirol, na aldeia Bororó. Dourados é conhecida por ter a maior aldeia dentro da cidade no Estado e do País e também pela maior concentração de índios em menor espaço, o que é considerado um dos fatores para problemas como violência, miséria, alcoolismo e também dos suicídios.

Problema antigo - A ocorrência de suicídio entre os índios guaranis é alvo de estudos há vários anos em Mato Grosso do Sul, dado do alto número de casos que se repetem ano a ano. Um estudo divulgado pela Funasa (Fundação Nacional de Saúde) aponta que, em 2007, os suicídios mataram tanto quanto tiros ou facadas nas aldeias indígenas do estado. Segundo os dados, 35 índios guaranis tiraram a própria vida - a maioria deles por enformamento. O número é o mesmo que o de homicídios de indígenas registrados no Estado entre janeiro e outubro do ano passado.

Conforme as informações da Funasa, a taxa de suicídios entre os guaranis chega perto de um caso para cada grupo de mil pessoas. Isso equivale a 20 vezes a mais a média nacional, de 5,7 para cada grupo de 100 mil habitantes. Na China, o país com a maior média de suicídios no mundo, o índice é de 16 mortes a cada 100 mil pessoas.

Especialistas no assunto relacionam o fenômeno das morte de índios com a extinção do modo tradicional de vida do povo, agravado pela falta de terras. Os jovens costumam ser as principais vítimas, com casos relatados de mortes por suicídio na adolescência.

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