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Cidades

Indígenas procuram Delcídio para pedir demarcações

Reunião aconteceu no escritório do parlamentar no Jardim dos Estados

Helton Verão e Leonardo Rocha | 03/06/2013 15:41
Indígenas aguardando a chegada do Senador (Foto: Pedro Peralta)
Indígenas aguardando a chegada do Senador (Foto: Pedro Peralta)

Quatro representantes dos índios guarani kaiowá, de duas entidades indígenas foram até o escritório do senador Delcídio do Amaral (PT) na tarde desta segunda-feira (3) para pedir que seja solicitada à presidente Dilma Rousseff agilidade para as demarcações das terras e que sejam pagas as indenizações aos fazendeiros. Neste momento o grupo espera a chegada do senador.

O parlamentar tem reunião agendada com a presidente amanhã e o interesse é de que aconteça o apelo pela solução dos conflitos em Mato Grosso do Sul. “O nosso objetivo é discutir a demarcação das terras dos povos indígenas e o senador pode fazer a intermediação desses conflitos. Queremos uma posição que seja positiva para os dois lados. Sabemos da influência do Delcídio em Brasília”, comenta Otoniel Ricardo, representante da Apib (Articulação dos Povos Indígenas do Brasil).

Outro representante dos índios, Oriel Benitez, da CCNAGUA (Conselho continental da Nação Guarani) pede compromisso e lembra das eleições no próximo ano, quando os políticos irão precisar dos votos indígenas. “Nós queremos a posição dele como político e que ele tenha com compromisso. Ano que vem tem eleição e os povos indígenas irão participar”, cobra Benitez.

Os Guarani Kaiowá também pedem mais atenção a assistência social nas aldeias. A reunião foi marcada pelo deputado estadual Pedro Kemp.

Enquanto esperavam por Delcídio, os representantes aproveitaram para conversar também com o vereador Marcos Alex (do PT).

Os problemas entre fazendeiros e indígenas se intensificaram desde o último dia 15 de maio quando foi ocupada a fazenda Buriti.

Eles foram retirados por policiais militares e federais, após decisão da Justiça Federal. O que acabou gerando o conflito. O terena Oziel Gabriel, de 35 anos, foi morto com um tiro.

Em protesto contra a morte de Oziel, os terena voltaram a entrar na fazenda Buriti um dia após terem sido retirados. Cerca de 100 índios estão hoje na área. Também neste domingo, outro grupo ocupou a Fazenda Cambará, que fica na mesma região. Os índios chegaram por volta das 13 horas e ordenaram a saída de dois funcionários que estavam na sede.

Na sexta-feira, outro grupo terena acampou na fazenda Esperança, em Aquidauana. No sábado, o proprietário e a família também foram obrigados a deixar a propriedade.

Uma nova reintegração de posse foi concedida aos proprietários da fazenda Buriti neste domingo (2). A Funai têm 48 horas para retirar da área os índios da etnia terena que ocupam a propriedade desde sexta-feira.

Em caso de descumprimento da ordem judicial, serão aplicadas multas de R$ 1 milhão por dia para a Funai e de 1% sobre o valor da causa ao líder da comunidade indígena Buriti e ao coordenador local da Funai.

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