ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, QUINTA  25    CAMPO GRANDE 32º

Interior

“A gente não tem ideia do porque ele foi morto” diz filho de jornalista

Nadyenka Castro | 14/02/2012 19:20

O primogênito de Paulo Rocaro, morto com nove tiros, diz que a família não sabe de nada que pudesse indicar que o pai corria risco de morrer

Paulo Rocaro foi atingido por nove tiros e morreu no hospital. (Foto: Lile Correa)
Paulo Rocaro foi atingido por nove tiros e morreu no hospital. (Foto: Lile Correa)

Filho mais velho do jornalista Paulo Roberto Cardoso Rodrigues, 51 anos, morto na madrugada da última segunda-feira, em Ponta Porã, Maycon Rodrigues, 29 anos, diz que a família está muito abalada e que não suspeita do que pode ter motivado o assassinato.

“A gente não tem ideia do porque ele foi morto. Ele não era envolvido com política. Não fazia mais matéria policial”, fala Maycon, que declara ainda que Paulo Rocaro, como o jornalista era conhecido, “poupava a família”, quando o assunto era trabalho.

“Ele nunca comentava nada. No máximo, notícia que ia sair no dia seguinte”, diz Maycon. Segundo ele, o pai nunca falou à família sobre ameaças de morte nem nada que pudesse levantar suspeitas de que ele estaria correndo risco de morrer.

Conforme Maycon, Paulo era “uma pessoa muito querida” e por isso faz um desabafo sobre a violência na fronteira com o Paraguai. “Antes só morria quem era bandido, hoje em dia, ninguém respeita mais ninguém”.

O filho do jornalista diz que a família confia no trabalho da Polícia Civil e espera resultados em breve e que ainda não sabe se irá permanecer em Ponta Porã. “Por enquanto a gente não sabe de nada. Não paramos para pensar”.

Maycon conta que a mãe, Nilda Cardoso, 49 anos, não dorme há dois dias e a preocupação é com ela, que ouviu os tiros que acertaram o marido e conversou com ele logo após o atentado. “Ela ouviu os tiros. Ligou para ele, mas ele não atendeu. Ele ligou e falou que tinham acertado ele”.

O crime - O jornalista e a esposa voltavam da casa do ex-prefeito de Ponta Porã, Vagner Piantoni (PT), de quem ele era amigo. Rocaro no Fiat Idea e a mulher em outro veículo, à frente.

Quando ele estava em frente ao hotel Frontier foi alvejado por nove disparos de pistola calibre 9mm, disparados por dois homens em uma motocicleta sem placas e com capacetes.

Os vidros do veículo conduzido por Paulo Rocaro estavam abertos. Somente dois disparos atingiram o carro que pertencia ao jornal Diário da Praça, onde Roçar era editor-chefe.

Rocaro conversou com a mulher pelo telefone, ela o viu ferido e em seguida todos foram para o hospital. “Eu fui para lá. Ele estava consciente. Só gemia”, relembra Maycon. O jornalista morreu no hospital por volta das 4h30min de segunda-feira.

Investigação - A Polícia já ouviu, informalmente, de familiares e amigos que Paulo Rocaro não falava em ameaças e não tinha relacionamento extraconjugal.

Foram requisitadas imagens de três câmeras, que ficam no percurso feito pelo jornalista. As imagens serão analisadas na tentativa de ver imagens da dupla. O assassinato tem características de pistolagem.

Nos siga no Google Notícias