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Interior

Após garantir Hospital Regional, Reinaldo oficializa paralisação de obra

Termo de paralisação do contrato foi publicado no Diário Oficial desta terça-feira; obra começou em novembro e está parada desde janeiro

Helio de Freitas, de Dourados | 14/07/2015 12:03
Área onde seria construído o Hospital Regional ficou apenas com o muro; obra foi oficialmente suspensa nesta terça (Foto: Eliel Oliveira)
Área onde seria construído o Hospital Regional ficou apenas com o muro; obra foi oficialmente suspensa nesta terça (Foto: Eliel Oliveira)

Uma semana após o governador Reinaldo Azambuja (PSDB) confirmar em Dourados, a 233 km da Capital, a construção do Hospital Regional da segunda maior cidade de Mato Grosso do Sul, publicação desta terça-feira (14) na página 10 do Diário Oficial do Estado (DOE) oficializa a paralisação da obra.

Com orçamento de R$ 19,9 milhões para a primeira etapa, o hospital foi lançado em novembro de 2013 pelo então governador André Puccinelli (PMDB) e começou a ser construído um ano depois, faltando pouco mais de um mês para o fim do mandato. A vencedora da licitação foi a Stenge Engenharia, de Campo Grande.

Na época, André chegou a comparar a obra a um filho, e disse que deixaria o hospital para o “padrasto entregar”.

Em janeiro, uma semana depois de tomar posse, Reinaldo determinou a paralisação da obra e acusou o antecessor de cancelar o empenho e não deixar dinheiro no caixa para a construção.

120 leitos – O projeto inicial previa a construção do hospital com 120 leitos para atender moradores dos 30 municípios da região. Quando a obra foi paralisada, a Stenge já tinha recebido cerca de meio milhão de reais pela terraplanagem e outros serviços feitos na área.

Apenas o muro foi deixado, inacabado. As casas de madeira instaladas para servirem de depósito e alojamento foram desmontadas. A placa da obra, instalada no governo anterior, também foi removida.

Em visita a Dourados ainda no primeiro trimestre, o tucano chegou a levantar a possibilidade de mudança de local do hospital, iniciado e abandonado apenas com o muro pronto, em uma área de cinco hectares, localizada na margem da BR-463, na saída para Ponta Porã. O terreno de 50 mil metros quadrados foi doado ao Estado pelo empresário Adão Parizzoto, do ramo de armazenagem e empreendimento imobiliário.

Caixa vazio – Na semana passada, ao lançar a unidade de cirurgias eletivas, montada em parceria com a prefeitura de Dourados e diante da cobrança do Conselho Municipal de Saúde, Reinaldo voltou a garantir a construção do Hospital Regional e reafirmou as críticas ao antecessor: “É muito fácil vir no final do ano, dar a ordem de serviço e dizer que tinha o dinheiro guardado, mas na verdade era mentira e não tinha nenhum centavo na conta... E depois cancelar o empenho no dia 31 de dezembro”.

Na mesma cerimônia, Reinaldo Azambuja afirmou ter compromisso com o Hospital Regional e disse que a unidade vai ser construída, equipada e entregue “dentro do nosso mandato”, mas sem anunciar o ano da inauguração. “Estamos organizando o projeto, para saber quem vai pagar esse dinheiro, para não enganar ninguém”.

Suspensão – O termo de paralisação publicado nesta terça-feira foi assinado no dia 10 de abril pelo secretário estadual de Infraestrutura, Ednei Marcelo Miglioli, e pelo sócio da Stenge Engenharia, Conrado Jacobina Sthepanini.

Ao Campo Grande News, a assessoria de imprensa de Reinaldo informou que a paralisação temporária da obra foi decidida pelo governador em abril deste ano, em razão do cancelamento do convênio entre o governo estadual e o Ministério da Saúde, “levado a cabo pela gestão passada”.

“Por determinação do governador, a administração estadual tem mantido sucessivas tratativas com parlamentares da bancada federal, em especial com o deputado federal Geraldo Resende, com vistas a reaver recursos de uma emenda ao orçamento da União que tramitou em 2014. Por ora, o secretário estadual de Saúde, Nelson Tavares, está à frente do trabalho de readequação do projeto do Hospital Regional de Dourados para lograr êxito na liberação dos recursos federais para início real das obras. Tão logo esta etapa seja concluída, Resende fará a gestão ao Ministério da Saúde”, afirma a nota.

Cirurgias – Ainda de acordo com a assessoria, durante o trâmite deste processo, o governador autorizou o repasse mensal de R$ 1,2 milhão do FES (Fundo Estadual de Saúde), para a compra de equipamentos, reestruturação e manutenção do Hospital São Luiz, em Dourados, que passará a ser referência em cirurgias eletivas para a região. Em breve, outros R$ 2,4 milhões serão destinados à saúde do município.

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