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Interior

Após nove horas, Gaeco deixa Câmara e vereadores são liberados

Documentos foram apreendidos na sede do Legislativo e sete vereadores foram ouvidos em investigação sobre diárias

Helio de Freitas, de Dourados | 24/02/2016 17:00
Integrantes do Gaeco deixam a Câmara de Rio Brilhante após nove horas de buscas (Foto: Maikon Junior)
Integrantes do Gaeco deixam a Câmara de Rio Brilhante após nove horas de buscas (Foto: Maikon Junior)
Documentos apreendidos em gabinetes de vereadores de Rio Brilhante (Foto: Maikon Junior)
Documentos apreendidos em gabinetes de vereadores de Rio Brilhante (Foto: Maikon Junior)

Após nove horas de buscas e depoimentos, o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) encerrou por volta de 15h de hoje (24) a operação realizada na Câmara de Vereadores de Rio Brilhante, cidade a 163 km de Campo Grande.

Pastas, envelopes e caixas com documentos foram apreendidos em salas e gabinetes dos vereadores, onde as equipes do Gaeco chegaram por volta de 6h. Também por volta de 15h, os sete vereadores levados para a sede do MPE (Ministério Público Estadual) na cidade, para depoimento, foram liberados.

Promotores que acompanharam as buscas não fizeram declarações sobre a investigação. De manhã, o Gaeco divulgou uma nota sucinta informando que a operação foi desencadeada “para cumprimento de mandados de busca e apreensão de coisas e documentos na Câmara Municipal e condução coercitiva de pessoas, expedidos pelo Poder Judiciário”.

Quatro já eram investigados – O Campo Grande News apurou que entre os sete levados para depoimento estavam o ex-presidente da Câmara Dejair Gomes (Pros), o Totinha, o atual presidente Sérgio Carlos Martins Rigo (Pros), o ex-primeiro secretário Aguinaldo Lima Pereira (PPS) e o ex-segundo secretário, Giancarlo Mariano da Rocha (PPS).

Os quatro são investigados desde julho do ano passado por suspeita de recebimento de diárias fraudulentas de 2013 até 2015. De acordo com a investigação do MP, nos dois anos em que foi presidente da Câmara, Dejair Gomes recebeu R$ 203,8 mil em diárias e verbas indenizatórias – R$ 99,2 mil em 2013 e R$ 194,6 mil no ano seguinte.

O montante representa uma média de R$ 8,4 mil por mês em diárias. Em Rio Brilhante o salário do vereador é de cerca de R$ 6 mil.

Aguinaldo Lima Pereira também recebeu valores consideráveis, segundo o portal da transparência da prefeitura. Foram R$ 61 mil em 2013 e R$ 67,2 mil em 2014. Giancarlo Mariano da Rocha, que na gestão passada era segundo secretário e na atual diretoria é primeiro secretário, recebeu R$ 27,9 mil em 2013, R$ 25,5 mil em 2014 e acumulou R$ 27 mil em diárias até julho de 2015.

Ainda no ano passado, quando o Campo Grande News noticiou a investigação do Gaeco, os vereadores rebateram as acusações. Dejair Gomes, em “nota de esclarecimento”, afirmou que “apenas” R$ 59,5 mil eram relativos a diárias e que o restante – R$144.305 mil – foi verba indenizatória, um valor previsto em lei para o presidente do Legislativo.

Aguinaldo Lima Pereira recebeu no referido período R$ 69,145 mil em verbas indenizatórias e R$ 59,181 em diárias. “Da mesma forma o atual presidente Sergio Carlos Martins Rigo e o 1º secretário Giancarlo Mariano da Rocha têm o direito a receber o acréscimo por ocuparem os referidos cargos, sendo que os valores pagos são feitos dentro da legalidade, previstos em lei específica e estão disponibilizados no portal da transparência”, afirmou a nota, em julho de 2015.

Operação roubou a cena – Como já era esperado, a operação do Gaeco foi o assunto do dia na cidade de 28 mil habitantes. Pessoas ouvidas pela reportagem contaram que não se falou em outra coisa nesta quarta em Rio Brilhante.

Até o jogo entre o time local, Águia Negra, contra o Sete de Setembro de Dourados, ficou em segundo plano. “Rio Brilhante respira futebol, o presidente do Águia Negra, Iliê Vidal, é vereador, o jogo vai ser na cidade e mostrado ao vivo pela TV, mas só se falou na operação do Gaeco”, disse um jornalista que trabalha na cidade.

Vidal, o presidente do time, não está entre os investigados na operação do Gaeco.

Policial do Gaeco em frente à galeria de presidentes da Câmara (Foto: Maikon Junior)
Policial do Gaeco em frente à galeria de presidentes da Câmara (Foto: Maikon Junior)
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