ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, TERÇA  23    CAMPO GRANDE 32º

Interior

Após protesto com reféns, coordenador da Sesai descarta trocar chefe de posto

Hilário disse que apenas um “pequeno grupo” defende substituição de coordenador do polo-base de Caarapó; segundo ele, chuvas dificultaram deslocamento até aldeias para atender moradores

Helio de Freitas, de Dourados | 27/01/2016 14:19
Índios em frente ao polo-base da Sesai em Caarapó (Foto: Maycon Chaves/Caarapó News)
Índios em frente ao polo-base da Sesai em Caarapó (Foto: Maycon Chaves/Caarapó News)

A coordenadoria da Sesai (Secretaria Especial de Saúde Indígena) em Mato Grosso do Sul ainda não chegou a um acordo com índios da região de Caarapó, que na segunda-feira (25) mantiveram 23 funcionários do polo-base como reféns durante todo o dia, em protesto contra a falta de atendimento de saúde nas aldeias. Entretanto, o chefe estadual do órgão, Hilário da Silva, descarta a substituição do gerente do polo, Adalberto Araújo Corrêa, como querem os índios.

Ao Campo Grande News, Hilário da Silva disse que apenas um “pequeno grupo” defende a troca de chefia. “A maioria da comunidade entendeu nossa posição, de que a solução não é substituir o chefe local. Como eles estão divididos, vão se reunir de novo na sexta-feira (29), para chegar a um consenso, mas independente da posição deles entendemos que a substituição não é necessária”, afirmou, por telefone.

Segundo o coordenador estadual, a precariedade no atendimento ocorre principalmente por falta de veículos adequados para o deslocamento até as aldeias. “Profissionais de saúde para os atendimentos nós temos em quantidade suficiente, mas nossa frota precisa ser renovada. Brasília [chefia nacional da Sesai] tem conhecimento da nossa situação e está nos ajudando, mas uma série de questões políticas e substituição de ministro atrasaram o processo”.

Hilário da Silva disse que uma equipe do Ministério da Saúde deve vir a Mato Grosso do Sul, para auxiliar na solução do problema. “São duas possibilidades: renovar a frota ou terceirizar esse serviço”.

O coordenador informou que nas seis comunidades atendidas pelo polo-base de Caarapó moram pelo menos nove mil índios, em locais de difícil acesso. “A chuvarada piorou ainda mais a situação dos acessos a essas comunidades. A maior parte da comunidade entende a situação”.

Desmotivados – Hilário da Silva disse que o protesto de segunda-feira – quando os funcionários do posto ficaram impedidos de deixar o prédio durante o dia e só puderam sair à noite depois que a Sesai mandou uma equipe de Campo Grande até Caarapó – desmotiva os profissionais de saúde.

“Médicos e outros profissionais que não medem esforços para atender as comunidades, mesmo com todas as dificuldades, estão desestimulados depois do que aconteceu. Mas o clima lá já mudou e estamos confiantes num consenso com a comunidade”, afirmou Hilário, que não deve participar da reunião na sexta-feira por ter outro compromisso já marcado em Aquidauana.

Áreas ocupadas – Sobre o atendimento de saúde nas áreas ocupadas – outra reivindicação dos índios que fizeram o protesto de segunda – o coordenador afirmou que a Sesai não se nega a prestar o serviço, mas em alguns locais o acesso depende de escolta da Polícia Federal.

“São 39 áreas de retomada em Mato Grosso do Sul e em muitas delas o aceso é difícil e arriscado. Para as equipes entrarem precisamos de escolta da Polícia Federal. Em outros locais não há nenhuma estrutura para as equipes. A Sesai não se nega a fazer atendimentos nas áreas de retomada, mas temos de resolver esses problemas”.

Nos siga no Google Notícias