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Interior

Após três anos de espera, ONG chega a MS para resgatar leão em Ivinhema

Paula Maciulevicius | 01/09/2011 17:39

Desde o resgate de Alex, em 2008, ONG procura parceiros para garantir novo lar ao leão Simba, agora Antuak

Equipe de nove pessoas chegaram a Campo Grande para levar o leão de Ivinhema a Cotia. Viagem de mais de 800 quilômetros. (Foto: Ivinotícias)
Equipe de nove pessoas chegaram a Campo Grande para levar o leão de Ivinhema a Cotia. Viagem de mais de 800 quilômetros. (Foto: Ivinotícias)

A ONG Rancho dos Gnomos, que veio para resgatar o leão de Ivinhema chegou de Cotia, interior paulista, à Capital na tarde desta quinta-feira. Com nove integrantes, a equipe é composta por dois veterinários, três biólogos, o casal de fundadores do Rancho, um anestesista e uma pessoas da parte de apoio.

A viagem de Antuak está marcada para começar nas primeiras horas da manhã desta sexta-feira, mas a fundadora da ONG, Silvia Pompeu já afirmou que o leão não sai do lugar até que situação esteja nos conformes. “Vamos avaliar a situação dele para daí seguir viagem, por isso estamos com toda equipe”, diz.

Antuak vai ser levado de Ivinhema até Cotia através de uma carreta transporte, içada por um caminhão guincho. A viagem é prevista para acontecer em três dias em um total de 849 quilômetros.

A trajetória vai ser acompanhada de perto por uma equipe do Ibama. A coordenadora do setor de Fauna, Paula Mochel, explica que a medida é para dar mais segurança durante a viagem. “É um procedimento para garantir a a segurança, já que o animal é selvagem”, completa.

Carreta foi reformada e preparada para acomodar o animal durante a viagem. (Foto: Rancho dos Gnomos)
Carreta foi reformada e preparada para acomodar o animal durante a viagem. (Foto: Rancho dos Gnomos)

Rancho - A rotina de quem vive pelo bem estar dos animais começa cedo. Silvia contou que nesta manhã, enquanto a equipe tomava o café da manhã, entravam em conexão com Antuak. “Foi muito especial, nós fizemos uma meditação e entramos em contato com o Antuak, é uma conexão que já temos com ele”, afirma.

No local vivem 320 animais, 14 felinos de grande, como Antuak. E os pedidos vem do Brasil inteiro e até de fora do país. “Temos solicitação do Equador, Colômbia, por um lado é bom que mostra a conscientização da sociedade”, comenta.

O desejo de dar um novo lar para Antuak começou bem antes da campanha pelo Facebook. Em 2008, durante o resgate do leão Alex, que sofreu maus tratos de um circo, a ONG já tinha conhecimento do leão de Ivinhema, conhecido como Simba.

“Desde essa época que nós procuravamos apoio e era para trazer o casal, a companheira está livre, hoje só temos o Antuak”, diz.

A liberdade a que se refere Silvia é uma forma carinhosa de encarar a morte.

Trajetória - Para chegar até Campo Grande e resgatar o leão, a ONG contou com a campanha lançada pelo Facebook, “Leão Simba também precisa de você”. Com a solidariedade o Rancho conseguiu pouco mais de R$ 20 mil e parceiros que custearam a viagem e toda logística do transporte do felino.

Da parceria o sonho foi chegando cada vez mais perto de se tornar realidade. Um novo lar para Antuak exigiu a colaboração pessoas e empresas. “O mundo não trabalha sozinho. Nós tivemos a parceria institucional do Ibama e de pessoas amigas que nem conhecíamos”.

A ONG ressaltou também o papel da prefeitura de Ivinhema que vai custear a estadia do animal por aproximadamente dois anos, no custo de R$ 24 mil.

“Todos querem se livrar do problema, eles foram diferentes, é a primeira vez que temos esse tipo de apoio de uma prefeitura”, confirma Silvia.

Casal de fundadores vendeu imóveis para construir rancho e há 20 anos trabalha pelo bem estar dos animais. (Foto: João Garrigó)
Casal de fundadores vendeu imóveis para construir rancho e há 20 anos trabalha pelo bem estar dos animais. (Foto: João Garrigó)

Antes de receber efetivamente o leão no Rancho, a ONG já está preparada espiritualmente para acolher o animal. Segundo a fundadora, o Rancho trabalha com o lado energético. As meditações tem horários das 7h às 12h e às 18h.

“É o momento de se alinhar e não é só pelo animal, mas também em prol da humanidade. Oramos, entoamos mantras. Hoje quando foi o mantra do Antuak sentimos um arrepio, uma emoção é um conexão que temos com ele que já existia. Ele está aqui, mas sabe que está sendo resgatado”, menciona.

A relação da ONG com o animal não pode nem ser comparada entre mãe e filho. Silvia coloca como de irmandade. “Tratamos assim o humano, o animal e vegetal. É disso que o mundo precisa, se tivesse mais irmandade não estaria como está, nem precisaria do Rancho”, considera.

O Rancho tem 20 anos de história e veio de uma forma resumida, a partir de um sentimento de fazer algo pelo mundo animal. Silvia e Marcos Pompeu são casados há 30 anos e tem mais da metade da vida juntos dedicados ao bem estar dos animais.

“Nós tínhamos um plano e o universo outro. De repente mudou tudo. Assistimos um congresso sobre bem estar animal, eu chorei muito, daí sequei as lágrimas e vi que tinha que fazer alguma coisa”, contou Silvia.

O fazer alguma coisa foi bem mais além do imaginável. O casal resolveu vender os bens que tinham herdado e que garantiriam uma aposentadoria com maior tranquilidade, para então investir na boa ação.

“Foi tudo totalmente em prol do trabalho”, conta o casal.

Passados 15 anos, a verba para custear tantos animais foi acabando e o Rancho abriu então espaço para associados. As doações asseguram hoje 60% do custos e o restante vem da fé dos fundadores e dos voluntários que trabalham pela causa. “Vem dos gnomos”, defende Silvia.

Energia - Além do lado material de logística, o Rancho se preocupou em trabalhar o estado de espírito. Junto da equipe que chegou ao Estado, uma bióloga que lida com física quântica.

Andrea Freixeda veio para analisar e corrigir a vibração do animal. “Através dos métodos de homeopatia e florais vamos deixar a energia do leão melhor”, comentou.

Andrea explica que por tudo que o leão já passou, mesmo ele estando bonito e gordo o emocional dele precisa ser trabalhado.

“Estando desregulado vamos emitir a frequencia quântica para corrigir e ele se sentir bem. O leão não sabe o que está recebendo, mas o psicológico dele já muda. A vontade é de querer ajudar, isso é importante acima de tudo”, finaliza.

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