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Interior

Bando pretendia resgatar aliado do PCC, mas errou de delegacia

Zana Zaidan | 21/10/2013 16:17
Freitas foi preso na sexta-feira, e colegas do PCC tentaram resgatar o bandido no domingo (Foto: Divulgação)
Freitas foi preso na sexta-feira, e colegas do PCC tentaram resgatar o bandido no domingo (Foto: Divulgação)

Os bandidos armados que invadiram uma delegacia da Polícia Civil de Ponta Porã, na noite de domingo (20), pretendiam resgatar um suposto membro do PCC, mas erraram de unidade. Silvio Delli Colli de Freitas, 29 anos, estava preso na 2ª Delegacia de Polícia da cidade, mas o grupo, composto por cinco homens, foi buscar o “companheiro” de facção criminosa no 1º DP, onde ele continua preso.

O diretor do Departamento de Polícia do Interior, delegado Ivan Barreira, viajou até Ponta Porã, e se reúne hoje (21) com autoridades policiais e jurídicas para definir o destino de Freitas. O objetivo é transferir o preso da cidade para reprimir nova tentativa de resgate.

Freitas tinha sido preso pela Polícia no dia 18, depois de assaltar um supermercado de Ponta Porã, na avenida Brasil. Ele chegou a fugir do local levando uma mulher como refém, mas foi encontrado cerca de meia hora depois em uma casa que havia invadido para tentar se esconder.

O acusado seria levado para o presídio de Ponta Porã, mas como a unidade penal está interditada, Freitas foi mantido na delegacia. Desde outubro do ano passado o presídio está “fechado” para novos detentos, por determinação da juíza da Vara Criminal e de Execução Penal, Patrícia Kelling Karloh, por causa da superlotação carcerária – a unidade Ricardo Brandão foi planejada para 102 detentos, mas abriga 331.

Delegacia superlotada – A superlotação nos presídios resultou no mesmo problema nas delegacias. No 2º DP de Ponta Porã, onde aconteceu o “resgate” dos 11 presos, a capacidade é de oito pessoas distribuídas em duas celas. No momento da invasão, eram 40 detentos. Os 29 presos que continuam na delegacia exemplificam a fragilidade da segurança para a população e para os próprios policiais.

“A delegacia é um lugar público, onde supostamente a população deveria se sentir mais segura, perto da polícia. Manter um número de presos muito acima do que o planejado significa que a sociedade precisa se arriscar ao vir registrar um boletim de ocorrência, a exemplo do que acabou de acontecer”, comenta o vice-presidente do Sinpol/MS (que representa os policiais civis), Roberto Simião de Souza.

O sindicato aponta que 900 detentos do Estado estão presos em delegacia. “Quase 95% das delegacias abrigam presos, o que mostra a precariedade do sistema carcerário. A obrigação de cuidar dos presos, seja ele provisório ou condenado, é do agente penitenciário, mas essa função é transferida para o policial civil, nas delegacias, e resulta nessa fragilidade”, acrescenta.

O problema é mais grave em Ponta Porã por ser uma cidade de fronteira com o Paraguai, que abriga presos de alta periculosidade e integrantes de facções, por exemplo.

Caso – O 1º DP de Ponta Porã foi invadido por cinco bandidos armados na noite de ontem, por volta das 23 horas. Mesmo não encontrando o companheiro do PCC, os bandidos resgataram outros 11 detentos.

Uma investigadora e uma escrivã que estavam de plantão foram rendidas junto com duas pessoas que estavam na delegacia para registrar um boletim de ocorrência também acabaram rendidas

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