ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, TERÇA  16    CAMPO GRANDE 23º

Interior

Carnaval vira "negócio da China" para moradores e atrai folião até de SC

Evento gera renda e movimenta a economia nas cidades do interior

Vanda Escalante | 12/02/2015 16:19
Carnaval 2014 em Fátima do Sul. Expectativa é superar (Foto: Reprodução)
Carnaval 2014 em Fátima do Sul. Expectativa é superar (Foto: Reprodução)

Para muitos, é só mais um feriado, momento de lazer, festa e descontração, mas para outros, o Carnaval é fonte de renda, uma época de aumentar o faturamento ou de ganhar um dinheiro extra. Este ano, porém, o roteiro das festas mudou um pouco, já que, por falta de dinheiro, pelo menos 11 prefeituras decidiram simplesmente cancelar o Carnaval.

Melhor para os municípios vizinhos que mantiveram a programação, pois acabam atraindo mais foliões e até comerciantes que trabalham em eventos, o que movimenta ainda mais as economias locais.

Além de Corumbá, com o já tradicional Carnaval Cultural, cidades de outras regiões do Estado também têm se consagrado na realização de grandes festas neste período. É mo caso de Fátima do Sul, a 246 quilômetros de Campo Grande, no sul de Mato Grosso do Sul, que realiza este ano a 11ª edição do carnaval promovido pela prefeitura.

De acordo com os organizadores, a expectativa é superar os números do ano passado e atrair um público de 100 mil pessoas, movimentando mais de R$ 3 milhões nos cinco dias de festa. Só na Padaria do Germano, o faturamento costuma aumentar 50% nesta época. “Melhora pra todo mundo”, comenta o dono da padaria, Cícero Germano Pereira, 51 anos.

Com tanta gente chegando, nesta quinta-feira (12), os quatro hotéis da cidade já estão lotados. “No final de dezembro começaram as reservas e hoje não tem mais vaga. Vem gente de todo lugar; até de Santa Catarina”, conta Rosângela Vasconcelos Martins, 50 anos, proprietária do Hotel Princesa, que oferece acomodação para 120 pessoas, além de “alguns colchões no chão”. As diárias no período de Carnaval variam entre R$ 150 o quarto de casal e R$ 250 o quádruplo.

Alternativas - Com a lotação dos hotéis muita gente acaba alugando a casa para a rápida temporada turística, com diárias que variam entre R$ 400 e R$ 600. O policial civil Jakson Xavier Martins, 31 anos, mora com os pais e, pelo terceiro ano consecutivo, a família vai passar o Carnaval na casa de parentes, enquanto a casa fica alugada, R$ 3 mil de renda extra em cinco dias. “Dá um reforço no orçamento”, diz Jakson.

E se faltar casa, tem também quintal para alugar. Ivanilde Rocha, 45 anos, é telefonista e, pelo segundo ano, está transformando o quintal da casa em espaço para camping. “Dá para instalar duas barracas. No ano passado, vieram oito pessoas, e a gente acaba cedendo parte da casa também”, explica. O camping de quintal em Fátima do Sul custa entre R$ 1,2 mil e R$ 2 mil para os cinco dias de Carnaval.

Em queda - Já no leste do Estado, o cenário não é de tanto otimismo na cidade que tem ainda um dos carnavais mais “famosos” de Mato Grosso do Sul. Em Paranaíba, a festa deste ano vai ter quatro noites e uma matinê. E embora a expectativa dos organizadores seja atrair um público médio de 10 mil pessoas por noite, o impacto na economia não deve ser tão representativo quanto em anos anteriores.

De acordo com João Nilson Penha, gerente executivo da Acip (Associação Empresarial de Paranaíba), o Carnaíba “já não é como antes”.

“Para alguns setores ainda dá algum aquecimento, como o comércio de bebidas nesses dias ou a confecção de camisetas para os blocos, que acontece pouco antes. Mas, no geral, faz uns três anos que é só mais um feriado comum, não lota hotel, restaurante, nada disso”, afirma João Nilson.

Nos siga no Google Notícias