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Interior

Chuva causou estragos em 22 cidades de MS; veja a situação de cada uma

Liana Feitosa e Helio de Freitas, de Dourados | 15/12/2015 15:17
Em amarelo, cidades fortemente atingidas pelas chuvas, mas que não decretaram situação de emergência.
Em amarelo, cidades fortemente atingidas pelas chuvas, mas que não decretaram situação de emergência.

A chuva tem castigado Mato Grosso do Sul há um mês. Ao todo, 22 cidades do sul do Estado sofreram ou ainda sofrem prejuízos causados pelas chuvas e 20 delas decretaram situação de emergência. A estimativa é de que o conserto dos estragos está orçado em R$ 115 milhões.

Devido à situação, o governador Reinaldo Azambuja (PSDB) pediu reconhecimento federal da situação de emergência em 14 municípios. O ofício foi enviado na sexta-feira (11) para a Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil solicitando R$ 115,4 milhões para ações de socorro.

Segundo o Cemtec (Centro de Monitoramento do Tempo, Clima e Recursos Hídricos de MS), em Ponta Porã, cidade a 323 quilômetros de Campo Grande, a chuva registrada nos primeiros 15 dias de dezembro está 71,5% acima da média histórica da cidade para o mês de dezembro. Já choveu 315 milímetros, sendo que o valor máximo já registrado foi de 183 mm.

Em Dourados, a 233 quilômetros da Capital, que assim como Ponta Porã foi atingida, mas não decretou situação de emergência, a média histórica é de 182 mm, mas já choveu em dezembro, até hoje, 238 mm, índice 30% superior à média para esta época.

Rio Dourados transbordou hoje e alagou parte da BR-163. (Foto: Eliel Oliveira)
Rio Dourados transbordou hoje e alagou parte da BR-163. (Foto: Eliel Oliveira)
Amambai foi uma das cidades mais atingidas pelas chuvas. (Foto: Direto das Ruas)
Amambai foi uma das cidades mais atingidas pelas chuvas. (Foto: Direto das Ruas)

1 - Amambai: os maiores estragos estão concentrados na zona rural, base da economia da cidade. Doze pontes foram destruídas, duas delas ficam nos limites com o município de Aral Moreira. O prefeito Sérgio Barbosa disse que o maior prejuízo será para os agricultores na época da colheita, que terão mais gastos para escoamento da safra. As estradas vicinais e estaduais também foram arrasadas pela chuva, entre elas a MS-485, onde a chuva abriu uma cratera de 500 metros de extensão ao longo da estrada.

2 - Aral Moreira: segundo o prefeito, Edson Luiz, os prejuízos chegam a quase R$ 5 milhões somente em infraestrutura. São estradas, pontes e tubulações destruídas, deixando trechos de rodovias intransitáveis. Algumas regiões estão isoladas devido à queda de pontes. Há grande prejuízo também na agricultura. Ainda não é possível mensurar o volume de prejuízos pela quebra de safra, cuja primeira colheita começaria no próximo dia 15 de janeiro.

3 - Bela Vista: os primeiros grandes estragos foram contabilizados no dia 15 de novembro, quando chuva de granizo e vendaval derrubou árvores, destelhou casas e destruiu um monumento. Cinquenta e sete famílias foram desabrigadas devido ao aumento do nível do Rio Apa, que alagou residências dos bairros Baixada Corintiana, Baixada Fluminense e Praia do Pompilho.

Em Bela Vista, dezenas de famílias tiveram que deixar suas casas devido as fortes chuvas. (Foto: Vilson Nascimento)
Em Bela Vista, dezenas de famílias tiveram que deixar suas casas devido as fortes chuvas. (Foto: Vilson Nascimento)

4 - Caarapó: continua a chover em Caarapó. Hoje (15), o prefeito Mário Valério saiu de viagem da cidade às 5h30 e já tava chovendo. Por causa da subida de nível do rio Dourado, a BR-163 foi interditada e, hoje, logo cedo a água já havia invadido meia pista da rodovia. Em levantamento prévio, já desatualizado, projeta-se necessidade de R$ 8 milhões para que a cidade seja reconstruída. Uma ponte de 90 metros, que dá acesso à uma fazenda, foi coberta em mais de 2 metros. "Se continuar assim, a cidade ficará isolada", afirma o prefeito. No último dia 6 a barragem do balneário municipal se rompeu devido à quantidade de chuva.

5 - Campo Grande: as chuvas não têm sido constantes, mas causaram estragos como alagamento em diversos pontos da cidade, inclusive nas avenidas Afonso Pena, Ernesto Geisel, Rachid Neder e Mato Grosso. Cruzamentos foram tomados pela água e, casas, alagadas. Um carro e um homem foram arrastados pela enxurrada. O corpo da vítima foi encontrado dentro do córrego, na Ernesto Geisel.

6 - Coronel Sapucaia: a cidade chegou a ficar isolada por causa da queda de pontes e do aterro da MS-289 no acesso com Amambai. Houve desabastecimento de água na semana passada, já que a represa que abastece a cidade se rompeu por causa do volume do Córrego Nhu Verá. A rodovia foi consertada e caminhões-pipa puderam chegar à cidade. Atualmente, a Sanesul reativou um poço antigo para ajudar no abastecimento.

Avenida Rachid Neder ficou completamente alagada no fim de novembro. (Foto: Direto das Ruas)
Avenida Rachid Neder ficou completamente alagada no fim de novembro. (Foto: Direto das Ruas)

7 - Deodápolis: segundo a prefeita Maria das Dores Viana, houve dia em que, apenas durante a manhã, choveu 90 mm. "A casa de uma família encheu de água e precisamos tira-los do local. A tubulação de quatro linhas de distribuição foram levadas pelas chuvas e quatro ou cinco pontes também foram completamente destruídas. Também existem muitas erosões, dentro e fora da cidade. Muitas vias intransitáveis", detalhou Maria Viana.

8 - Eldorado: o principal acesso à cidade, a BR-163, está interrompida entre as cidades de Eldorado e Itaquiraí e o acesso ao Distrito de Morumbi está prejudicado. A rodovia MS-295 está interditada e é grande o prejuízo com vicinais. Houve rompimento de aterros e há muitas erosões nas lavouras e a colheita da melância, principal produto produzido na cidade, está ameaçada. São R$ 3,5 milhões em prejuízos públicos e mais de R$ 5 milhões na produção de melancia.

9 - Fátima do Sul: cerca de 40 famílias foram desabrigadas, principalmente na Vila dos Navegantes, e funcionários da prefeitura decidiram fazer plantão no final de semana para atender os atingidos. A população passou a se mobilizar fazendo doações de mantimentos, colchões e roupas. Devido ao transbordamento do Rio Dourado, áreas urbanas, como a orla e pistas de caminhada foram alagadas e muita gente aproveitou para tomar banho. A Secretaria de Saúde vai começar trabalho de prevenção e conscientização alertando para os riscos de tomar banho na área.

Em Fátima do Sul, 40 famílias foram desabrigadas devido à cheia do Rio Dourado. (Foto: Eliel Oliveira)
Em Fátima do Sul, 40 famílias foram desabrigadas devido à cheia do Rio Dourado. (Foto: Eliel Oliveira)

10 - Iguatemi: a MS-180 está totalmente interditada e homens trabalham na reconstrução de dutos e galerias de água. Somente carros baixos passam por um desvio na rodovia, em trecho que liga a cidade a Juti. Uma empresa que tem 24 barracões de criadouro de frangos está precisando escoar a produção desviando pelas cidades de Amambai, Caarapó e Juti.

11 - Itaquiraí: choveu em dezembro, até o momento, 173,6 mm. No entanto, a média histórica para o período é de 83 mm para o mês inteiro, segundo o Cemtec (Centro de Monitoramento do Tempo, Clima e Recursos Hídricos de MS).

12 - Japorã: a maior parte da população de Japorã reside em pequenas propriedades rurais e assentamentos, no distrito Jacareí e na aldeia Porto Lindo. Essa comunidade depende de estradas vicinais e da MS-386, que estão muito danificadas devido às chuvas. O deslocamento de moradores e o transporte escolar foi prejudicado.

Em Japorã ônibus escolar e carros foram impedidos pelo rio de seguir caminho. (Foto: Sul News)
Em Japorã ônibus escolar e carros foram impedidos pelo rio de seguir caminho. (Foto: Sul News)

13 - Jardim: cerca de 200 residências foram destelhadas pelo temporal do primeiro fim de semana de dezembro. Os ventos de 95 km/h ainda danificaram 180 árvores. Três pontes foram danificadas, além de estradas vicinais que ligam a cidade aos assentamentos.

14 - Juti: na cidade a 320 quilômetros de Campo Grande, choveu até o momento 191,3 mm, sendo que a média histórica para esse mês é de 155,2 mm, o que significa índice 48% acima do nível histórico.

15 - Mundo Novo: distante 476 quilômetros de Campo Grande, a cidade está na rota da instabilidade causada pelo fenômeno El Niño, que muda a circulação dos ventos e causa seca no nordeste do País e chuvas extremas no sul do Brasil e do Estado. As chuvas causaram alagamentos e destruição de estradas vicinais.

16 - Naviraí: segundo o engenheiro Jarlem Santos Lemos, da Agesul (Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos) de Naviraí, a MS-487, que liga a BR-163 até o distrito de Porto Camargo, está intransitável e na altura do km 43 da rodovia uma ponte de 12 metros caiu. Um bueiro na estrada também rodou, interrompendo o trânsito de Eldorado a Porto Morumbi, na MS-295.

Mais de 100 casas foram destelhadas em Jardim. (Foto: Divulgação Prefeitura)
Mais de 100 casas foram destelhadas em Jardim. (Foto: Divulgação Prefeitura)

17 - Novo Horizonte do Sul: a chuva causou falta de energia causou a morte de cerca de 30 mil frangos em quatro aviários da cidade. Após 40 horas sem que o sistema de refrigeração funcionasse, as aves não resistiram. O prejuízo estimado é de R$ 200 mil.

18 - Paranhos: várias estradas vicinais que atravessam aldeias, assentamentos e até mesmo no perímetro urbano estão bastante danificadas, inclusive algumas intransitáveis devido às erosões. Os principais problemas estão na área rural, mas também há problemas de drenagem na área urbana.

19 - Sete Quedas: no município distante 471 km de Campo Grande, o volume de água já é 69% a mais do que o registrado para a época. Segundo o Cemtec, foi registrado 178,8 mm de chuvas até as 16h desta segunda-feira. A média histórica da cidade é de 123,2 mm.

20 - Tacuru: na cidade a 427 quilômetros de Campo Grande, 18 pontes foram seriamente danificadas ou completamente destruídas devido às intensas chuvas. O trecho da rodovia estadual MS-295, entre Tacuru e Iguatemi, foi interditado várias vezes devido ao grande volume de chuva. Houve rompimento da cabeceira da ponte sobre o Rio Jogui, interditando o tráfego na “Guairá-Porã”.

Em vermelho, cidades prejudicadas pelas chuvas que decretaram situação de emergência.
Em vermelho, cidades prejudicadas pelas chuvas que decretaram situação de emergência.
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