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Interior

Com inércia do governo federal, conflito entre indígenas e produtores continua

Anny Malagolini e Leonardo Rocha | 21/06/2016 11:32
Conflito em Caarapó segue sem solução (Foto: Helio Freitas)
Conflito em Caarapó segue sem solução (Foto: Helio Freitas)

O processo de demarcação da Terra Indígena Amambaipegua 1 está travado. A área de 55 mil hectares que compreende os municípios de Caarapá, laguna Caarapã, e Amambai, delimitadas no mês passado, ainda depende de reconhecimento do Presidente interino Michel Temer, e conflito no interior do Mato Grosso do Sul segue sem solução.

A morte do índio Clodiode Aquileu Rodrigues de Souza, de 26 anos, completa uma semana nesta terça-feira (21), contudo, o governo do estado disse que ainda depende de aval da união para pode resolver o problema. Durante compromisso público, o governador Reinaldo Azambuja voltou a comentar o interesse do estado em colocar em prática o Fepati (Fundo Estadual para Aquisição de Terras Indígenas), onde o governo sul-mato-grossense usaria os repasses da dívida com a União, aproximadamente R$ 120 milhões ao mês, para financiar a desapropriação de terras.

“Ainda estamos aguardando uma resposta sobre a nossa proposta, a união ainda não tomou a decisão”, disse Azambuja. De acordo com o governador, a Força Nacional foi enviada a região com objetivo de diminuir a tensão entre indígenas e produtores enquanto não se chega a conclusão do problema, e reconheceu a situação enfrentada. “A gente espera que nos próximos dias possamos irrigar o fundo com recursos para aquisição de terras indígenas, e assim certamente vai diminuir os conflitos com que tem prejudicado a imagem de MS”, declarou.

Sem esperança de que a situação seja resolvida, o produtor rural e presidente do sindicato dos produtores rurais de Caarapó, Carlos Eduardo acredita que novos conflitos devem acontecer. “O governo federal não vai fazer nada, os próprios produtores vão ter que resolver”, afirmou. Segundo ele, a área ocupada pelos indígenas chega a 2,5 mil hectares.

Conflito - A fazenda Yvu, em Caarapó, alvo de uma disputa territorial, foi ocupada no dia 12 de junho, por cerca de 300 indígenas em ação de retomada. A área integra o estudo realizado pela Fundação Nacional dos Índios (Funai) para compor a Terra Indígena Dourados Amambaipeguá I, que está em processo de demarcação há anos. Embora o estudo da Funai comprove que a área pertence aos índios da etnia Guarani-Kaiowá, ainda falta o reconhecimento do Presidente interino Michel Temer, a quem cabe aprovar a criação da terra indígena.

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