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Interior

Com presidente eleito afastado, Câmara faz nova eleição da mesa em fevereiro

Helio de Freitas, de Dourados | 14/01/2015 10:56
Plenário da Câmara de Naviraí durante sessão que cassou três vereadores acusados de corrupção, na segunda (Foto: Reginaldo de Souza)
Plenário da Câmara de Naviraí durante sessão que cassou três vereadores acusados de corrupção, na segunda (Foto: Reginaldo de Souza)

Devastada pela Operação Atenas, da Polícia Federal, em outubro do ano passado, a Câmara de Naviraí, cidade a 366 km de Campo Grande, se prepara para mais uma situação polêmica. O Legislativo terá de fazer uma nova eleição da mesa diretora, o que deve ocorrer no início de fevereiro. O presidente, Elias Alves (Pros) e o vice, Vanderlei Chagas (PR), eleitos ainda em 2013, estão afastados e também podem ser cassados por corrupção.

Atualmente a Câmara é presidida pelo vereador Moacir Aparecido de Andrade (PTdoB), que era vice de Cícero dos Santos e assumiu o cargo após a prisão do presidente, apontado pela PF e pelo Ministério Público como o “cabeça” do esquema de corrupção. Cícero foi cassado segunda-feira juntamente com Adriano José Silvério e Carlos Alberto Sanches, o Carlão. Marcus Douglas Miranda, acusado de ser o principal cúmplice de Cicinho, renunciou.

Moacir faz parte da chapa eleita em 2013 como secretário, mas pressionado pelos demais vereadores, principalmente pelos suplentes que assumiram no lugar dos afastados, o atual presidente concordou em colocar em votação um projeto para anular a eleição de Elias Alves, já aprovado em primeira votação.

Antonio Carlos Klein (PDT), que assumiu como suplente após as prisões da Operação Atenas e se tornou titular da vaga com a cassação de Adriano Silvério, informou hoje ao Campo Grande News que logo após o fim do recesso o projeto deve ser votado pela segunda vez e em seguida marcada a nova eleição.

Elias Alves e Vanderlei Chagas devem ser julgados por quebra de decoro ainda em janeiro. Junto com Gean Carlos Volpato (PMDB), eles são alvos em uma Comissão Processante após se transformarem em réus na ação penal da Operação Atenas e devem ter o mesmo destino dos vereadores cassados nesta semana. Os três estão afastados do mandato desde o início de novembro.

Eleição antecipada – A história começou no início de 2013, um mês após a posse dos 13 vereadores eleitos em outubro de 2012. Cícero dos Santos, que havia sido eleito para presidir a Câmara em 2013 e 2014, convenceu os colegas a mudarem o Regimento Interno da Casa, para permitir que a eleição fosse feita em qualquer tempo. A investigação da Polícia Federal revelou que Cicinho “comprou” sua eleição, para a presidência da Câmara, oferecendo dinheiro e cargos aos demais vereadores.

Até a lei ser alterada, o regimento determinava que a eleição fosse na última sessão ordinária do ano em que se encerra o mandato da respectiva mesa diretora, ou seja, o presidente que assumiria em janeiro de 2015 deveria ser eleito na última sessão de 2014.

Com o regimento alterado, Cícero dos Santos convocou a eleição da mesa diretora e em maio de 2013 Elias Alves foi eleito como presidente, Vanderlei Chagas como vice-presidente e Moacir Aparecido Andrade como secretário.

Em outubro do ano passado, a Operação Atenas acabou com os planos do grupo. Cinco vereadores foram presos e outros três foram afastados. Elias Alves e Vanderlei acabaram se tornando réus na mesma ação penal, acusados de organização criminosa. Eles podem ser condenados a pena de 3 a 8 anos de prisão. Moacir também foi denunciado pelo Ministério Público, mas o juiz Eduardo Magrinelli Júnior não acatou a denúncia alegando não existir indícios suficientes para transformá-lo em réu.

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