ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
MARÇO, SEXTA  29    CAMPO GRANDE 22º

Interior

Delegado assume "cidade mais violenta" e quer parceria com Paraguai

Viviane Oliveira | 14/10/2014 10:31
Criança, junto com os colegas, posa para foto com o colete a prova de balas do delegado.  (Foto: reprodução/Facebook)
Criança, junto com os colegas, posa para foto com o colete a prova de balas do delegado. (Foto: reprodução/Facebook)
Delegado, de camisa preta, junto com as crianças em frente à delegacia, que fica a 40 metros do Paraguai. (Foto: reprodução Facebook)
Delegado, de camisa preta, junto com as crianças em frente à delegacia, que fica a 40 metros do Paraguai. (Foto: reprodução Facebook)

Há 3 meses à frente da Delegacia de Polícia Civil de Coronel Sapucaia, distante 400 quilômetros de Campo Grande, o delegado Roberto Duarte Faria, defende uma legislação apropriada para que as polícias do Brasil e Paraguai trabalhem em conjunto nas cidades de fronteira para combater a criminalidade, o tráfico de drogas e armas. Com pouco mais de 14 mil habitantes, o município que faz divisa com a cidade paraguaia de Capitan Bado, já ostentou o título de mais violenta do País.

De acordo com Roberto, os crimes cometidos tanto no Paraguai quanto na cidade, mexem com a vida dos cidadãos dos dois países, por causa do parentesco. “Tem muito paraguaio aqui, quanto brasileiro lá. Municípios de fronteira acabam sendo um país só, para combater a criminalidade as policias deveriam trabalhar juntas, inclusive no mesmo prédio trocando informação”, diz Roberto. Ele acrescenta ainda que tem uma parceria com a polícia do outro país, mas por enquanto o acordo é informal.

Outro desafio na cidade é aproximar a comunidade da polícia. Para que isso aconteça o delegado, em parceria com a Secretária de Educação e Conselho Tutelar, faz palestras nas escolas, leva as crianças para conhecer a delegacia e o trabalho da polícia mais humanizado.

Roberto tem ainda um programa na rádio da cidade, chamado a Hora do Delegado, no qual está aberto para receber criticas, tirar dúvidas e responder à população. “A gente quer mostrar que precisa do apoio da comunidade para fazer um bom trabalho reduzindo, assim, os índices de violência e de criminalidade”, destaca.

Estrutura - O município chegou a ficar um ano sem delegado, quando em maio deste ano Leandro Azevedo, que era adjunto na delegacia de Amambai assumiu o posto. Ele já atuava na investigação de um incêndio criminoso com seis mortes, que aconteceu em Coronel Sapucaia. “As pessoas estavam acostumadas a fazer as coisas como bem entendiam”, diz Roberto que voltou à ativa, depois de passar um período aposentado por invalidez.

Em 2008, Coronel Sapucaia recebeu o incômodo título de cidade mais violenta do País, de acordo com o estudo Mapa da Violência divulgado pelo Ministério da Justiça. Com quatro investigadores, o delegado aguarda mais sete policiais até o final do ano. Quanto a eventos noturnos, que chegou a ser vetado na cidade em maio por representantes da segurança pública, Roberto diz que hoje está liberado, mas o interessado em fazer a festa precisa seguir regras. “Basta as coisas estarem em ordem, para o evento acontecer”, afirma.

Nos siga no Google Notícias