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Interior

Depois de chacina, boato causa pânico; medo e tristeza param cidade

Luana Rodrigues | 20/10/2015 12:15
Crime ocorreu em uma padaria, no Centro da cidade. (Foto: Portal Fronteira Agora)
Crime ocorreu em uma padaria, no Centro da cidade. (Foto: Portal Fronteira Agora)

Desde a tarde de ontem(19), moradores de Paranhos, município que tem pouco mais de 13 mil habitantes, vivem um misto de pavor e tristeza. Cinco pessoas foram mortas e outras três ficaram feridas em uma chacina na Rua Marechal Deodoro, em frente a Padaria Bahamas, no Centro. Elas foram vítimas de pouco mais de 100 disparos de fuzil e pistola. Um boato de que as vítimas não seriam os únicos alvos e que outros atentados estariam "programados" se instalou e gera terror na cidade, que fica há aproximadamente 469 quilômetros na Capital.

De acordo com o prefeito Julio Cesar de Souza, a população está assustada com a situação que é "inédita" no município. Além disso, o boato de que "mais gente pode morrer" tem causado pânico entre os moradores. "É muito triste, porque essas pessoas que faleceram tem parentes aqui. É uma tragédia que deixa o alerta para as autoridades estaduais e federais sobre a segurança na fronteira, nós precisamos de ajuda, porque com essa fronteira aberta estamos vulneráveis", considera o prefeito.

Em respeito as famílias das vítimas, Julio Cesar decretou luto de três dias no município. Das cinco vítimas fatais, Bruno Vieira de Oliveira, de 26 anos, morava em Paranhos. Mohamed Youssef Neto, de 31 anos, residia em Minas Gerais, enquanto Arnaldo Andres Alderete Peralta, 32 anos e Rodrigo da Silva,28, eram moradores de Ypejhú, cidade paraguaia, que faz fronteira com Mato Grosso do Sul. A Polícia não informou oficialmente onde morava Denis Gustavo,24 anos. Já Anderson Cristiano, 27 anos e Diego Zacarias Alderete Peralta de 26 anos, que ficaram feridos e ainda estão internados, seriam residentes em Ypejhú.

A maioria das lojas do comércio e órgãos públicos estão fechados. Os corpos das vítimas ainda estão no IML(Instituto Médico Legal) de Ponta Porã, mas devem ser levados para as cidades de origem até a tarde de hoje. "É uma sensação de tristeza muito grande e também de preocupação. Temos uma cidade tranquila, pacata, então foi um susto. Além disso, eram meninos bons, conhecidos de muita gente", disse Aldecino Pereira de Almeida (Guto), vereador de Paranhos.

Investigação - Policiais do DOF (Departamento de Operações de Fronteira) e das policias Militar e Civil de Amamabi e Sete quedas tiveram de se deslocar ao município, para dar apoio nas investigações e garantir a tranquilidade da população. A primeira linha de investigação é de que a chacina esteja ligada ao narcotráfico.

Conforme o delegado da Polícia Civil, Fabrício Dias dos Santos, responsável pelas investigações, no local do crime foram apreendidos 97 projéteis de fuzil e sete de pistola calibre 9 milímetros, além de objetos das vítimas, três carros e uma moto, para a realização de perícia.   A polícia ainda não sabe a motivação e não tem suspeitos sobre a autoria do crime registrado como homicídio doloso. No período da tarde serão realizadas diligências em busca de pistas. "Por hora é o que temos, mas aqui há uma realidade muito diferente, por causa da proximidade com a linha de fronteira. Vamos nos debruçar sobre o caso até conseguirmos descobrir", disse o delegado.

Ontem(19), o DOF informou que a suspeita era de que apenas uma das vítimas, entre os cinco mortos, seria o alvo dos atiradores. Este homem (de quem a polícia prefere não revelar a identidade) seria um dos líderes do tráfico de drogas na cidade, que faz fronteira seca com Ypehú, no lado Paraguai.

"Isso é uma hipótese, mas ainda não temos nada que confirme ou indique. Estamos em busca de pistas", reforçou o delegado.

Chacina - A bordo de duas caminhonetes de cor preta, provavelmente modelo Hillux, bandidos teriam feito pelo menos 100 disparos em direção a a Padaria Bahamas, no Centro de Paranhos. Em uma ação rápida, que durou cerca de dois minutos, os bandidos acertaram a todos que estavam por lá.

Tudo levar a crer que a chacina é mais um episódio na guerra pelo controle do tráfico de drogas na região. Estes confrontos resultaram em várias mortes nas últimas duas semanas em Ponta Porã e Pedro Juan Caballero.

 (Com colaboração do Portal Fronteira Agora)

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