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Interior

Dirigente ruralista diz que produtores expulsaram índios de fazenda no Bocajá

Ação ocorreu no mesmo dia em que o MPF determinou abertura de inquérito policial para investigar investida da noite de quinta-feira

Helio de Freitas, de Dourados | 05/09/2015 11:43
Policiais federais e militares conversam com índios que ocupavam fazenda em Douradina, ontem à tarde (Foto: Divulgação/PM)
Policiais federais e militares conversam com índios que ocupavam fazenda em Douradina, ontem à tarde (Foto: Divulgação/PM)

No mesmo dia em que o MPF (Ministério Público Federal) determinou a abertura de inquérito policial para investigar a formação de milícia privada para afugentar índios de uma fazenda em Douradina, a 296 km de Campo Grande, pelo menos cem produtores rurais voltaram ao local na noite desta sexta-feira (5) e expulsaram as 50 famílias guarani-kaiowá da propriedade.

A ação foi informada pelo próprio presidente do Sindicato Rural de Douradina, Cláudio Pradela. Ao site Dourados News, ele afirmou que os produtores “se revoltaram” depois de duas tentativas fracassadas de saída amigável dos índios, uma com a presença do coordenador regional da Funai, Vander Aparecido Nishijima, e outra com a presença de policiais federais e militares, na tarde de ontem.

Resolver a situação – “Então a Funai falou conosco e falou que os índios contaram que não deixariam o local. A Polícia Militar também esteve lá e eles disseram a mesma coisa, então os produtores se revoltaram e decidiram resolver a situação”, afirmou Pradela.

Ele garantiu, entretanto, que não teve confronto e que os índios teriam fugido ao perceberem a presença dos produtores chegando em caminhonetes. Pradela disse que os barracos construídos pelos índios na fazenda ocupada na quinta-feira foram destruídos. Segundo o ruralista, os fazendeiros vão continuar vigiando a área para impedir o retorno dos índios.

Área de 12.900 hectares – A fazenda em disputa fica dentro da área de 12.196 hectares, apontada em 2011 pela Funai como Terra Indígena Panambi-Lagoa Rica, localizada nas proximidades da estrada Travessão do Castelo, entre Douradina e Itaporã.

Em agosto deste ano, o TRF (Tribunal Regional Federal) da 3ª Região (São Paulo) seguiu parecer do MPF (Ministério Público Federal) e cassou a determinação judicial que impedia o andamento do procedimento demarcatório de Panambi/Lagoa Rica após três anos e meio de paralisação.

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