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Interior

Dobra o número de índios em fazenda invadida, denuncia ruralista

Helio de Freitas, de Dourados | 05/01/2015 15:12
Índios que ocupam a fazenda Nossa Senhora Aparecida foram fotografados armados dois dias após a invasão (Foto: Baltazar Fabiano/Alô Caarapó)
Índios que ocupam a fazenda Nossa Senhora Aparecida foram fotografados armados dois dias após a invasão (Foto: Baltazar Fabiano/Alô Caarapó)

Já passa de cem o número de índios que ocupam parte da fazenda Nossa Senhora Aparecida, no município de Caarapó, a 283 km de Campo Grande. A afirmação é do presidente do Sindicato Rural do município, Antonio Umberto Maran.

A ocupação ocorreu no dia 7 de dezembro, quando menos de 50 índios da etnia guarani-kaiowá entraram na área e montaram acampamentos. Houve princípio de confronto com produtores rurais em duas oportunidades, mas a situação se acalmou depois que a Polícia Federal foi ao local e delimitou uma parte da fazenda para que os índios permaneçam até a decisão da Justiça.

Maran disse hoje ao Campo Grande News que o proprietário da área, Ademir Bacchi, entrou com pedido de reintegração de posse, mas até agora o Poder Judiciário ainda não se pronunciou.

Em dezembro, dois dias após a ocupação, produtores rurais acusaram os índios de estarem armados e de atirar contra um grupo de fazendeiros. Fotos enviadas ao Campo Grande News mostraram pelo menos três índios com armas. Na época, Maran afirmou que além da tentativa de ataque com paus e flechas à caminhonete em que estava o proprietário da área, no dia da invasão, os índios teriam disparados tiros na direção de um grupo de produtores rurais, na segunda-feira, 8 de dezembro.

Já o Cimi (Conselho Indigenista Missionário) publicou em seu site declarações de índios que estariam no acampamento, relatando ataques dos fazendeiros. Segundo a entidade ligada à igreja católica, o proprietário de uma fazenda vizinha à área invadida teria ligado para um dos índios e oferecido dinheiro para deixarem o local.

Ainda segundo o Cimi, que cita depoimentos de supostas vítimas, uma adolescente indígena de 17 anos teria sido baleada. “Eram todos Hilux, carro de luxo, de fazendeiro. Chegaram e já foram atirando”, afirma o Cimi, atribuindo a declaração ao índio Otoniel.

O suposto sequestro da adolescente índia até agora não foi comunicado à polícia. Na época dos fatos, o delegado de Caarapó, Benjamin Lax, considerou “factoides” as denúncias de que os produtores cercaram e atacaram os índios, assim como a história de que uma índia teria sido ferida a tiros.

Atualmente a situação na área é de tranquilidade, segundo moradores da região.

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