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Interior

PF coloca 2 índios sob proteção e Força Nacional fica em acampamento

Marta Ferreira, da Redação, e Nadyenka Castro, de Aral Moreira | 23/11/2011 20:21

Comitiva da Secretaria dos Direitos Humanos anunciou hoje que a Força Nacional de Segurança vai permanecer no local e fará rondas ostensivas, após ataque

Força Nacional de Segurança vai permanecer em acampamento para proteger índios guarani-kaiowá. (Foto: João Garrigó)
Força Nacional de Segurança vai permanecer em acampamento para proteger índios guarani-kaiowá. (Foto: João Garrigó)

Estão sob proteção da Polícia Federal dois índios do acampamento Guaiviry, em Aral Moreira, cuja liderança, Nisio Gomes, de 59 anos, está desaparecida desde sexta-feira passada. O acampamento também vai ter o policiamento reforçado, por homens da Força Nacional de Segurança, segundo anunciou nesta tarde o secretário-executivo da Secretaria dos Direitos Humanos, órgão ligado à Presidência da República, Ramaís de Castro Silva,

As duas pessoas sob proteção são testemunhas-chave do ataque ao local, na sexta-feira passada, eles foram retirados do acampamento e levados para uma unidade da Corporação.

Um deles, um adolescente de 14 anos, contou durante as investigações que os homens que atacaram o acampamento usaram armas diferentes durante o ataque. No local, só foram encontradas balas de borracha, mas o jovem diz que o pistoleiro que viu atirar em Nisio Gomes trocou o armamento antes de atingi-lo, o que sugere o uso de balas de verdade.

A Polícia Federal não detalha investigação, mas já informou que, pela apuração, Nisio saiu vivo do acampamento. A quantidade de sangue encontrada no local, considerada pequena para alguém que tenha sido executado, e o fato de terem sido achadas só balas de borracha são fatores que levam a essa convicção.

Secretário-executivo da pasta dos Direitos Humanos: "aqui não é mais uma área de contlito"
Secretário-executivo da pasta dos Direitos Humanos: "aqui não é mais uma área de contlito"

Hoje, ao acompanhar a visita da comitiva ao acampamento, o superintendente da Polícia Federal no Estado, Edgar Paulo Marcon, afirmou que a Corporação vai apurar o caso no devido tempo. “Não temos pressa, queremos encontrar os culpados”, afirmou.

No acampamento-Na recepção à comitiva, oito rezadores do acampamento, quatro homens e quatro mulheres, fizeram um ritual. Perto deles, botinas que eram de Nísio e o xiru marangatu, nome indígena para uma espécie de varinha usada por ele, que era também um rezador.

Os representantes da Secretaria dos Direitos Humanos conversaram com lideranças, andaram pelo acampamento e anuncaram a proteção para o acampamento. “Não é mais uma área de conflito aqui”, sentenciou o secretário Ramaís.

Segundo ele informou, as equipes da Força Nacional de Segurança vão fazer rondas constantes. “O que não vamos tolerar é a violência, que será sempre rechaçada”. Não foi definido prazo para a permanência.

Uma reunião na Funai (Fundação Nacional do Índio) em Ponta Porã, definiria os termos da presença da Força Nacional na região.

Segundo o secretário, os donos de terras na região que estão em fase de estudo para serem declaradas como indígenas vão ser contatados, em busca de uma pacificação.

Em suas falas, o secretário reforçou o posicionamento do governo federal de demarcar áreas indígenas, mediante um estudo profundo.

Presente na comitiva, o procurador da República Thiago da Luz, de Ponta Porã, lamentou a demora no processo de demarcação das terras ancestreais dos índios o que, para ele, provoca casos de violência como o que está sendo investigado em Aral Moreira.

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