Em nota, associação defende policiais e critica “corporativismo nefasto” da OAB
Entidade que representa policiais militares diz que advogado desrespeitou trabalho da PM ao atender cliente, por isso foi preso
Em defesa de dois policiais militares acusados de abuso de autoridade por prenderem um advogado, ontem em Dourados, a Associação de Cabos e Soldados da PM de Mato Grosso do Sul divulgou nota oficial nesta terça-feira (18) em que faz críticas à OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) e afirma que a entidade agiu “com corporativo nefasto”.
Segundo a nota, o advogado Jeferson Antonio Baqueti teria tentado impedir o trabalho dos policiais e desrespeitado a Polícia Militar. Já a OAB afirma que os policiais violaram as prerrogativas do advogado, que tentava defender seu cliente, detido e algemado acusado de fazer manobras arriscadas com uma moto esportiva. Sobre o fato de o suspeito ter sido algemado, a associação afirma que o procedimento foi adotado porque a viatura não tinha camburão e havia risco de fuga.
“Consta que o advogado, sem qualquer respeito aos policiais de serviço, teria diretamente se dirigido para conversar com a pessoa a ser conduzida. Não bastasse isso, teria colocado o aparelho celular próximo ao rosto do policial tentando proceder a uma entrevista forçada. Mesmo após várias advertências, demonstrando desprezo e desdém ao trabalho policial, teria passado a gritar com a guarnição, exigindo que as algemas fossem retiradas, além de posicionar parte do seu corpo no interior da viatura, motivo pelo qual recebeu voz de prisão”, afirma a nota.
OAB – Em crítica direta à OAB, que ontem à noite havia divulgado nota de repúdio contra a prisão do advogado, a Associação de Cabos e Soldados afirma que a entidade, “que sempre se intitula como defensora do devido processo legal aplicável a qualquer pessoa (ampla defesa e contraditório)”, agiu de forma precipitada por divulgar os nomes dos policiais e lançar uma “nota de repúdio leviana, expressando um corporativismo nefasto”.
A associação encerra a nota “repudiando veemente” a manifestação da 4ª Subseção da OAB “pelo paradoxal julgamento antecipado”, pois, segundo a entidade que representa os PMs, ainda não houve qualquer apuração dos fatos.