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Interior

Em seis meses, 8 morrem na fila de transplante de rins em Dourados

Bruno Chaves | 14/07/2014 08:40
Por falta de vagas para tratamento, pacientes de Dourados são atendidos em Ponta Porã (Foto: Hédio Fazan/Dourados Agora)
Por falta de vagas para tratamento, pacientes de Dourados são atendidos em Ponta Porã (Foto: Hédio Fazan/Dourados Agora)

No primeiro semestre do ano, oito pessoas morreram na fila de espera por um transplante de rim em Dourados, a 233 quilômetros de Campo Grande. O dado coloca em xeque o serviço em Mato Grosso do Sul, que está parado desde o início do ano. A segunda maior cidade do Estado - que possui duas clínicas particulares que oferecem atendimento a renais crônicos - continua mandando 40 pacientes para o tratamento em Ponta Porã, uma vez que está com as vagas esgotadas. Conforme o site Dourados Agora, para a contratação de novos espaços, a Prefeitura de Dourados alega que precisa de recursos do Estado e da União.

Secretário municipal de Saúde, Sebastião Nogueira, revelou que a prefeitura está pedindo ajuda aos governos Estadual e Federal para obter mais investimentos no setor. Sebastião afirmou que as duas esferas da administração pública estão avaliando a contratação da Cassems (36 vagas) ou da Clínica do Rim (150 vagas) para reforçar o atendimento na cidade. Até lá, pacientes continuarão sendo assistidos em Ponta Porã.

Irmã do renal crônico José Barbosa, a dona de casa Cleide da Silva Santos contou que o paciente, além de ficar três horas em uma máquina de hemodiálise, precisa enfrentar a estrada entre as duas cidades, mesmo cansado. “É um sofrimento sem fim. Um verdadeiro castigo”, disse.

Por causa da demanda de pacientes, que cresce a cada dia, em outubro do ano passado a Clínica do Rim ampliou seu atendimento com cinco novas vagas, garantindo 30 no total. Entretanto, elas não foram suficientes para atender todos os pacientes. A unidade hospitalar abriu nova filial e está habilitada para oferecer o serviço, mas depende da contratualização do serviço pela prefeitura, por meio do Hospital Evangélico.

Transplantes em MS – O problema da falta de vagas para a hemodiálise é agravado com a paralisação dos transplantes de rins em Mato Grosso do Sul, onde 400 pacientes aguardam na fila por um novo órgão. O serviço foi suspenso no início de 2014. O Ministério da Saúde suspendeu o serviço após a morte de três transplantados. De lá para cá, nenhum procedimento foi realizado e não há previsão para que a atividade seja restabelecida.

Só em Dourados, 230 pacientes estão cadastrados e prontos para o transplante em doador cadáver, mas não têm previsão de quando poderão realizar a cirurgia. Se esta espera é angustiante para estes pacientes, é ainda mais frustrante para quem tem doador vivo. Isto porque os pacientes enfrentam verdadeiro “calvário” para conseguir tratamento fora.

Ainda conforme o site Dourados Agora, na busca pela vida, 21 pacientes da segunda maior cidade do Estado vão para São Paulo (SP) e Curitiba (PR) com a intenção de realizar os procedimentos clínicos para transplantes. Destes, oito possuem doador vivo.

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