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Interior

Endividado, HU demite oito médicos e culpa município por crise financeira

Helio de Freitas, de Dourados | 29/06/2016 15:02
HU de Dourados adotou cortes para manter serviços essenciais (Foto: Arquivo)
HU de Dourados adotou cortes para manter serviços essenciais (Foto: Arquivo)

O HU (Hospital Universitário) de Dourados, cidade a 233 km de Campo Grande, está adotando cortes de despesas para reduzir os gastos e conseguir manter serviços essenciais. Ligado à UFGD, o hospital atende pacientes de toda a região sul através do SUS (Sistema Único de Saúde) e acumula dívidas de R$ 21 milhões.

Em comunicado interno, a superintendente do hospital, Mariana Croda, informou sobre a rescisão de contrato com oito médicos a partir do dia 1º de julho. Alguns serviços de especialidade também deixarão de ser oferecidos no local.

“Estaremos realizando o desligamento imediato dos contratados para serviços que envolvem sobreaviso [plantão a distância] e para serviços pelos quais não somos contratualizados, visando unicamente a manutenção dos serviços essenciais”, afirma Mariana Croda no documento.

Menos repasses – O hospital aponta os cortes adotados pela Secretaria Municipal de Saúde no total repassado ao HU pelo atendimento a pacientes do SUS como motivo para o endividamento e decidiu que não vai mais oferecer serviços pelos quais não é contratado, como cirurgias de cabeça e pescoço e neurocirurgias pediátricas.

“21 milhões é o valor total da dívida atual do HU-UFGD, sendo que desse montante, R$ 9 milhões referem-se a encargos relacionados aos médicos contratados via Fundação Municipal de Saúde e Administração Hospitalar de Dourados, que não são pagos desde janeiro de 2015. O total dessa dívida é resultante do subfinanciamento pelo qual passa o hospital, em grande parcela ocasionado pelo corte unilateral de recursos por parte do secretário municipal de Saúde”, informou a assessoria de imprensa em nota ao Campo Grande News.

Desde 2014, o município promove cortes nos repasses ao hospital por falta de atendimento aos pacientes. A Secretaria de Saúde afirma que por vários anos o HU recebeu por procedimentos não realizados, principalmente cirurgias.

Materno-infantil - A direção do hospital afirma que os médicos que serão demitidos foram contratados temporariamente para prestar serviços pelos quais o HU não vem sendo ressarcido pelo município. Ainda conforme o hospital, o objetivo da medida é preservar os serviços essenciais, como atendimento materno-infantil, que em toda a região sul só são oferecidos no Hospital Universitário.

De acordo com a direção, o HU tem 70 médicos contratados pela Fundação Municipal de Saúde e Administração Hospitalar de Dourados e decidiu pelo desligamento dos profissionais informados no comunicado interno como forma de “contingenciamento de despesas”.

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