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Interior

Força Nacional ocupará acessos a aldeias e fazendas em Sidrolândia

Paula Maciulevicius e Evelyn Souza | 06/06/2013 10:24
Planejamento da ação foi apresentada pela Força Nacional e PM para Iagro, Funai e Seprotur. (Foto: Marcos Ermínio)
Planejamento da ação foi apresentada pela Força Nacional e PM para Iagro, Funai e Seprotur. (Foto: Marcos Ermínio)

Por tempo indeterminado e nos pontos de acesso às aldeias e fazendas da região de Sidrolândia. É assim que a partir de hoje a Força Nacional vai atuar para garantir a segurança de terena e produtores rurais.

A decisão foi apresentada nesta manhã para Funai (Fundação Nacional do Índio), Iagro (Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal) e Seprotur (Secretaria de Desenvolvimento Agrário, Produção, Indústria, Comércio e Turismo) e Polícia Federal pelo Comando Geral da Polícia Militar e da Força Nacional. Ainda agora os pontos serão passados para a Famasul e durante a tarde, a estrutura do trabalho será esclarecida para lideranças indígenas na Secretaria de Assistência Social de Sidrolândia.

Serão 110 homens da tropa nacional trabalhando na área. Metade deles chegou ontem a Campo Grande, a pedido do governador André Puccinelli (PMDB) e o restante já estava atuando na região de fronteira, em Dourados e Ponta Porã.

Segundo o comandante geral da PM, coronel Carlos Alberto David dos Santos, o que as autoridades querem é evitar conflito. “Eles não vão trabalhar com reintegração, a nossa maior intenção é levar tranquilidade para a região e reestabelecer a cordialidade entre indígenas e produtores”, ressaltou.

Ontem, durante visita do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, foi suspensa a reintegração de posse na fazenda Buriti, em Sidrolândia. O acerto foi mediado pela Advocacia Geral da União. A contrapartida solicitada aos índios é a pacificação da área.

Tropa desembarcou ontem em Campo Grande.
Tropa desembarcou ontem em Campo Grande.

Há mais de duas semanas Mato Grosso do Sul enfrenta uma onda de invasões de terra e tensão. Cansados de esperar por uma posição do governo federal, os terena decidiram pela "retomada" de áreas que já foram consideradas indígenas em 2001, mas não avançam no processo de demarcação por conta de recursos judiciais dos fazendeiros que contestam laudos antropológicos da Funai.

Hoje, o maior conflito ocorre em Sidrolândia, onde na quinta-feira passada Oziel Gabriel, de 35 anos, foi morto. As famílias entraram pela primeira vez na área em 2003. No dia 15 de maio deste ano voltaram à fazenda, mas foram retirados na base da força na quinta-feira, quando incendiaram a sede da propriedade do ex-deputado Ricardo Bacha. Um dia depois, ainda revoltados com a morte de Oziel Gabriel durante a desocupação, grupo retornou à area.

Nesta semana, outras duas fazendas da região foram invadidas e hoje a São Sebastião. Os fazendeiros dizem que estão se organizando para retirar o gado das fazendas de Sidrolândia, para evitar maiores prejuízos.

Atualmente, nas contas dos terena, além da São Sebastião e Buriti, a etnia já está acampada nas fazendas Água Doce, Lindoia, São José, Querência, 3R, Flórida, Santa Clara e Bom Jesus - que também pertence à família Curado.
Comunidade indígena e produtores rurais brigam pela posse de 17 mil hectares na região de Sidrolândia e Dois Irmãos do Buriti, a maioria terras administradas pela família Bacha.

Nesta terça-feira, a trama ganhou mais um capítulo, com o índio Joziel Gabriel, 34 anos, baleado no ombro. O tiro atingiu a coluna da vítima que permanece internada na Santa Casa. Segundo relatos indígenas, ele foi atingido por um segurança da fazenda São Sebastião, quando já chegava à sede. O disparo foi dado pelo ocupante de uma caminhonete prata.

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