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Interior

Indícios de fraude no Projovem foram deixados pela administração anterior, afirma Ledi Serla

Marco Antonio Brito | 18/08/2011 17:15

Alunos "fantasmas" e recursos pagos a ONG por trabalho não executado estão sendo investigados pelo MPF

O Projovem Trabalhador oferece cursos de qualificação profissional. (Foto: Divulgação)
O Projovem Trabalhador oferece cursos de qualificação profissional. (Foto: Divulgação)

"Não temos nada a ver com isso. O que a administração do prefeito Murilo Zauith tem feito é levantar todos os problemas deixados pela gestão anterior e assim esclarecer a população". A declaração é da secretária municipal de Assistência Social de Dourados, Ledi Serla, a respeito das denúncias de fraude no Programa Nacional de Inclusão de Jovens (Projovem Trabalhador) que vêm sendo apuradas pelo Ministério Público Federal (MPF) naquele município.

Levantamento realizado pela Secretaria, na atual gestão, apontou que de 404 alunos inscritos no Projovem Trabalhador, apenas 186 confirmaram ter feito o programa e ter estado na Prefeitura para a inscrição. Outros 130 começaram, mas não concluíram e não receberam certificado, e 88 alegaram desconhecer a finalidade do Projovem. A Secretaria registrou também que 372 correspondências enviadas a outros inscritos voltaram porque os destinatários não foram localizados. Ao todo, dois mil alunos estavam inscritos no Projovem Trabalhador em Dourados.

"Em 2010, o Conselho Municipal de Assistência Social já havia apontado indícios de alunos fantasmas no programa", confirmou a secretária. Por conta disto, a entidade solicitou há época o não pagamento das três últimas parcelas à Fundação Biótica - ONG(Organização Não-Governamental) contratada pela prefeitura na gestão do ex-prefeito Ary Artuzi, para executar o Projovem Trabalhor de julho a dezembro. "Quando assumimos a ex-secretária Mária de Fátima já tinha conhecimento do problema e também já havia tomado a decisão de suspender o pagamento, a partir das denúncias apontadas pelo Conselho. O que fizemos, foi prorrogar o prazo para pagamento das três últimas parcelas que seriam destinadas à Biótica e que venceram em 20 de março", ressalta Ledi Serla.

R$ 1,5 milhão retidos - Ao todo, 1 milhão e 500 mil reais deixaram de ser pagos à Fundação depois que as denúncias de "alunos fantasmas" começaram a ser levantadas e apuradas pelo MPF. O Ministério Público Federal apura também as denúncias de três ex-alunos do curso de Beleza e Estética, do Projovem Trabalhador de Dourados, que alegam que seus dados pessoais foram usados na abertura de empresas fantasmas e que, por conta disto, estariam com dívidas junto a Receita Federal.

A Secretaria Municipal de Assistência Social também alega não ter envolvimento com a criação dessas empresas. A secretária Ledi Serla garante que os levantamentos continuarão sendo feitos e os dados apurados apresentados ao Ministério Público.

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