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Interior

Funcionários de hospital bloqueiam rodovia por atraso em salário

Funcionários do Hospital da Missão Caiuá, que atende 15 mil índios de Dourados, ainda não receberam salário de dezembro

Helio de Freitas, de Dourados | 17/01/2017 09:21
Manifestantes estão bloqueando rodovia a cada dez minutos (Foto: Direto das Ruas)
Manifestantes estão bloqueando rodovia a cada dez minutos (Foto: Direto das Ruas)

Funcionários do Hospital da Missão Evangélica Caiuá, localizado em Dourados, a 233 km de Campo Grande, protestam hoje (17) por causa do atraso no salário de dezembro. Em menos de um mês é a segunda manifestação dos trabalhadores em decorrência dos atrasos.

Para chamar a atenção da sociedade sobre o problema, eles estão bloqueando a rodovia MS-156 a cada dez minutos. Uma funcionária disse ao Campo Grande News que a direção da Missão Caiuá alega falta de dinheiro para pagar os salários.

“No mês passado eles disseram que não tinham recebido o dinheiro do Ministério da Saúde, mas conseguiram arrecadar fundos através de doações para a igreja e outras fontes. Só que depois eles receberam o recurso federal. Cadê esse dinheiro?”, questiona a funcionária.

Segundo ela, o atraso atinge pelo menos cem funcionários do hospital, que há 54 anos funciona dentro da reserva de Dourados e atende pelo menos 15 mil moradores das aldeias Bororó e Jaguapiru. Toda a equipe está sem receber, incluindo médicos, enfermeiros e pessoal da limpeza.

Os funcionários do hospital reclamam ainda que o pessoal contratado pela Missão Caiuá para trabalhar para a Sesai (Secretaria de Saúde Indígena) e Casai (Casa de Saúde Indígena) está com os salários em dia.

A Missão Evangélica Caiuá possui contrato milionário com a Sesai. A ONG atende 19 distritos sanitários em várias regiões do país. É responsável pela contratação dos profissionais de saúde que trabalham nas aldeias. No ano passado recebeu R$ 497 milhões.

Em 2016 a Sesai teve orçamento total de R$ 1,43 bilhão e previsão orçamentária de R$ 1,45 bilhão para 2017. Boa parte desses recursos é destinada às três organizações não governamentais que atendem índios no Brasil – Missão Caiuá, SPDM (Associação Paulista para Desenvolvimento da Medicina), que atua na região norte, e IMIP (Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira), que atua no Nordeste.

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